Segunda, 29 Abril 2024

Quem ganha com a morte?

É interessante notar como de repente parte da imprensa capixaba descobriu a epidemia de homicídios que vem assolando o Espírito Santo. Interessante porque isso vem acontecendo há mais de uma década, mas só agora, a questão vem sendo tratada com mais profundidade. Antes a imprensa se limitava a relatar as mortes de forma isolada, sem a conexão com índice que sempre foi alto, mas sempre foi justificado como algo sem a responsabilidade do governo.



Mais interessante ainda é notar que isso acontece no momento em que os prefeitos novos pregam um discurso controverso de chamar para si a responsabilidade, colocando guarda armada nas ruas e combatendo a violência dentro dos municípios.



A ideia parece ser a de deixar transparecer a falência do governo Casagrande no combate à violência, seu calcanhar de Aquiles, ao passo que fortalece as figuras municipais, com destaque para o prefeito de Vila Velha e ex-secretário de Segurança do governo anterior, Rodney Miranda (DEM). Se Rodney for bem nesta empreitada, decreta-se a inoperância do governo do Estado e se fortalece a figura de grande defensor da segurança de Rodney.



Mas espera um pouco. Não foi no período de Rodney à frente da Secretaria de Segurança que o Estado viveu seu período mais trágico nesta área? O então secretário vinha a público dizer que os números dos outros estados eram maquiados, enquanto o Espírito Santo se prejudicava porque apresentava números reais.



Justificativa que nunca colou, diga-se de passagem. Até porque, o mesmo secretário culpava as variações climáticas, o descuido da população e outras variantes como causadores da violência. E assim o ex-governador Paulo Hartung passou oito anos investindo muito pouco – R$ 50 milhões por ano – em segurança sem que isso fosse dele cobrado com mais vigor.



Os números do governo Casagrande estão muito longe de serem comemorados, a lentidão das ações é flagrante, mas ainda assim, a resposta é menos ruim da que era dada no governo anterior. A impressão é que sem ter condições de encontrar uma forma de desidratar politicamente o governador, a violência passou a ser um instrumento político para colar em seu governo a pecha de incompetente.





Fragmentos:



1 – É incrível como todas as questões políticas do município de Colatina, in variavelmente acabam caindo no colo do bispo, Dom Décio Sossai. Ele poderia dar aulas de liderança política para muita gente nesse Estado.



2 – Dom Décio é uma figura carismática e muito influente com o eleitorado. Por isso, todos querem ser seu aliado, se aconselhar com ele e pedir seu apoio. É sempre meio caminho andado para se chegar a um objetivo.



3 – O vereador Omir Castiglioni (PSDB) que está sendo ignorado pela Assembleia em relação à vaga que está sendo ocupada por Paulo Roberto (PMDB) já entendeu isso  e tratou de buscar apoio do bispo. Muito esperto.

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