Domingo, 28 Abril 2024

São as ideias que brigam...

O grande adversário do governador Casagrande (PSB), em verdade, não é o candidato Manato (PL), que não passa de um ventríloquo do presidente Bolsonaro (PL). Não bastasse, satisfaz em dizer que, irresponsavelmente, sob o ponto de vista orçamentário e econômico, o governo aprovou o uso do FGTS futuro – previsão de recursos que o trabalhador com carteira assinada terá no fundo caso continue empregado – para financiamento imobiliário. Afinal, esta é a oitava medida econômica lançada desde o início da disputa do 2º turno. Quase todas ações tomadas pelo presidente Bolsonaro estão colocadas na fatia do eleitorado com o qual ele tem o desempenho fraco.

Não é preciso ser advogado para identificar abuso e uso eleitoral da máquina pública. Em verdade, Bolsonaro torrou recursos públicos para, também, reduzir preços da gasolina e do diesel, mas não se lembrou de suspender a despesa extra, tudo em nome da reeleição. São despesas aleatórias sem proteção do orçamento. É a maior devassa feita na história orçamentária do país.

Pois bem. O discurso temeroso de Casagrande de que não está batendo de frente com o governo federal é inócuo. Ele está caindo na armadilha de Manato. Está ouvindo as vozes dos eleitores do interior do Estado, que ainda não conseguem avaliar que são medidas fugazes e de total irresponsabilidade e que amanhã vão pagar a conta de um país ingovernável. Ora, o governador tem obras para mostrar e corroborar que fez um bom governo, inclusive na própria pandemia. A meu ver, sua estratégia é equivocada quando pretende demonstrar que, se vencer a eleição, terá o apoio do governo federal.

Ninguém é bobo. Ele demonstra, com isso, paralelamente, a dúvida que Bolsonaro possa vencer o pleito. E essa incerteza cai no colo e no inconsciente do eleitor. Muitos políticos deveriam – como lembrava Ulisses Guimarães – adotar o conselho de Perón à Isabelita: "Fale muito sobre as coisas, pouco sobre as pessoas, nada sobre você".

É fácil explicar: quando Manato percebe que esse é o medo de Casagrande, amplifica sua campanha em cima do tema. A campanha de Casagrande, em contrapartida, precisa mostrar que fez uma administração competente, sufocando a tese de que Manato não passa de um representante da mentira que assola o país.

Ora, a vitória de Lula (PT) no primeiro turno enlouqueceu o presidente. Ele está atirando para todo o lado. Em uma semana, foram queimados outros R$ 15,7 bilhões em novos benefícios, já que no mês de junho, o pacote de bondade já custava mais R$ 340 bilhões, incluindo o aumento do Auxílio Brasil, Auxílio Gás e antecipação do 13º dos aposentados. Em relação a isso, nada adiantou, já que tomou uma lambada no primeiro turno.

A grande verdade é que nem tudo beneficia a quem vive em situação de adversidade. É só ver que na outra "bondade" eleitoreira, o governo liberou empréstimos consignados para quem recebe o Auxílio Brasil e o benefício de prestação continuada. Resultado: nos próximos meses, produzirá uma legião de pobres asfixiados por um juros de 50% ao ano.

Ademais, é preciso saber com quem está lidando. Veja a viagem do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil). Estarrecedoramente, serviu de coach de Bolsonaro no debate da Band. Depois de toda sua história na Lava Jato, abandonou a carreira de magistrado, ao assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, saiu atirando no presidente, com declarações contundentes, e agora é o que se vê: um senador eleito serviçal de Bolsonaro.

Ora, ao ingressar na magistratura, contrai o juiz também obrigações de caráter social. Para com os valores do humanismo, do pluralismo e da participação, direcionados da consecução do bem comum. O Estatuto da Magistratura, em síntese, diz que o juiz consciente não transigirá jamais com a mediocridade. E por esta não se entenda a posição dos ungidos de glória e do reconhecimento dos contemporâneos, que a vida heroica não está apenas na realização dos feitos retumbantes e teatrais. O verdadeiro heroísmo, como a santidade autêntica, se manifesta muito mais no exercício obscuro das virtudes da vida cotidiana, do que na prática excepcional de ações que transcendem os limites da obscuridade.

Ética é fundamentar as ações morais. Digo isso porque Moro acusou Bolsonaro de interferir em investigações da PF para proteger seus filhos e amigos. Além disso, chamou o presidente de ladrão, afirmou que, se deixarem investigar, vão achar "muita coisa" no governo dele. Afinal, o que se vê é que seu objetivo sempre foi destruir Lula. Sua fixação! O processo ditatorial, autoritário, traz consigo o germe da corrupção. O que existe de ruim no processo autoritário é que ele começa desfigurando as instituições e acaba desfigurando o caráter do cidadão.

Não são os homens, mas as ideias que brigam.

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Comentários: 5

Santos em Quinta, 20 Outubro 2022 17:49

Que matéria de péssima qualidade, fala fala e não mostra nada de concreto, só ataques e ódio ao governo federal.

Que matéria de péssima qualidade, fala fala e não mostra nada de concreto, só ataques e ódio ao governo federal.
Marcos em Sexta, 21 Outubro 2022 17:06

Quem quer agradar a todos acaba não agradando ninguém. Casão deveria mostrar o desgoverno Bozo endividando o país e os pobres para fugir da cadeia enquanto o Estado está com várias obras, contas em dia, não negou vacina e até socorreu gente morrendo vinda de Estados negacionistas como SC e RO na pandemia. Justamente onde Bozo teve mais votos.

Quem quer agradar a todos acaba não agradando ninguém. Casão deveria mostrar o desgoverno Bozo endividando o país e os pobres para fugir da cadeia enquanto o Estado está com várias obras, contas em dia, não negou vacina e até socorreu gente morrendo vinda de Estados negacionistas como SC e RO na pandemia. Justamente onde Bozo teve mais votos.
Joao silva em Sábado, 22 Outubro 2022 04:29

Colunista da geração Paulo Freire. Escreve mal, ideias nebulosas e desconexas. Triste.

Colunista da geração Paulo Freire. Escreve mal, ideias nebulosas e desconexas. Triste.
José Silva Santos em Segunda, 24 Outubro 2022 11:02

Comentadores da geração Roberto Jeferson, "não são as ideias que brigam", mas as pessoas brigam para impor ideias, mesmo que com fuzil e granada para defender o mito fariseu.

Comentadores da geração Roberto Jeferson, "não são as ideias que brigam", mas as pessoas brigam para impor ideias, mesmo que com fuzil e granada para defender o mito fariseu.
José em Terça, 25 Outubro 2022 21:03

Perdeu uma excelente oportunidade de ficar quieto, matéria totalmente parcial, gostava mais de vocês na época de Paulo hartung, onde vocês pareciam ser profissionais, até admito que falem do ladrão lula e do louco Bolsonaro, mas falar de Moro, vocês ultrapassaram a barreira da mediocridade.

Perdeu uma excelente oportunidade de ficar quieto, matéria totalmente parcial, gostava mais de vocês na época de Paulo hartung, onde vocês pareciam ser profissionais, até admito que falem do ladrão lula e do louco Bolsonaro, mas falar de Moro, vocês ultrapassaram a barreira da mediocridade.
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