Quinta, 25 Abril 2024

Se eu fosse Zé Dirceu

 

Se eu fosse Zé Dirceu
 
Se eu fosse Zé Dirceu, diria tudo o que soube desde que levou o PT ao poder em 2002.  
 
Para quem queria ser presidente, esta é a última chance de expor os podres da república e sair por cima da luta inglória pelo poder.
 
Aos 66 anos, um homem só precisa salvar a honra. Para quem já foi cassado pela Câmara, ser julgado pelo Supremo é refresco. No STF são 11 ministros, na Câmara 511 deputados, sendo 300 picaretas.
 
A esta altura, a única forma de jogar limpo é enfiar a mão no esgoto e desentupir o ralo.  
 
Se fosse Zé Dirceu, eu jogaria todos os mensalões no ventilador. O dele e os alheios.
 
O mensalão das privatizações, que o jornalista Elio Gaspari apelidou de privataria, é um manancial de manobras bilionárias por meio das quais empresas estatais como a CSN e a CVRD passaram ao controle privado com financiamento do BNDES, enquanto altos executivos federais viravam banqueiros. Perto dos falcões criados no ninho tucano, o tesoureiro petista Delubio Soares é pinto. Justamente por isso está na mira do Judiciário.   
 
Para não ir muito longe, tivemos também os mensalões das concessões de emissoras de rádio e TV nos governos FHC e Sarney. Se ficasse apenas nesses dois, Zé Dirceu prestaria um serviço à nação.
 
Mas, se eu fosse Zé Dirceu, confirmaria que sempre gostou de correr riscos exagerados. Foi assim no movimento estudantil de 1968, quando organizou o congresso da UNE em Ibiúna, um megaencontro teoricamente clandestino que acabou com a prisão de 700 estudantes, ele no meio.
 
Mais de 30 anos depois, o excesso de confiança o fez acreditar que poderia controlar o tráfico de votos no Congresso. Ou não foi assim?
 
Se eu fosse Zé Dirceu, desmentiria essa versão levantada pelo delator do mensalão Roberto Jefferson, narcisista impagável e réu confesso da Ação Penal 470.
 
Nunca os brasileiros precisaram precisaram tão urgentemente da verdade. 
 
 
LEMBRETE DE OCASIÃO
 
Uma menina de 10 anos pergunta:
 
- Pai, o que é mensalão?
 
- Chi, filha, não queira saber: é um negócio lá dos homens que estão no poder...
 
- Foi bem o que pensei: “men salão”, um “saloon” só para homens.  

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