Sexta, 19 Abril 2024

Seis por meia dúzia

O novo secretário de Estado de Justiça só representa mudança no nome e endereço. Assim como Ângelo Roncalli, André Garcia (foto) é da escola do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e já demonstrou em suas primeiras declarações à frente da pasta que tem interesses a preservar. Ele assume a cadeira pregando a bandeira da continuidade e empenhando em vender o escândalo Iases/Acadis como o único problema que envolve a Sejus. O que é bem distante da realidade. A tentativa de Garcia de colocar panos quentes à questão evita que o assunto tome proporções ainda maiores, respingando no governo Hartung, período em que atuou como subsecretário de Segurança, trazido ao Estado por seu colega e aliado de primeira hora do ex-governador, o ex-secretário e deputado estadual Rodney Miranda (DEM). Garcia tem motivos de sobra para encerrar o assunto por aqui. Muda o comandante, mas continua tudo em casa. 

 
Acordo
Aliás, alguém engoliu a justificativa para a saída de Roncalli? Arrumaram uma maneira de oferecer uma resposta à sociedade, sem que o governador Renato Casagrande precisasse demiti-lo. Ficou melhor para o socialista e para Roncalli. Desculpa pra lá de esfarrapada. 
 
A calhar
Sobre Garcia, não tem muito tempo, Rodney concedeu a ele o título de cidadão espírito-santense. Assim como o demista, o novo secretário de Justiça – que acumula a Secretaria de Ações Estratégicas – é forasteiro. Veio de Pernambuco, especialmente para atuar  no governo passado e permaneceu na atual gestão. Mas bem apagadinho, o título surge para agregar valor ao nome dele. Nada acontece por acaso. 
 
A calhar II
Que vem a ser, aliás, o mesmo que o deputado estadual Da Vitória (PDT) fez com o colombiano Gerardo Mondragón. Concedeu o tal título, com a mesma intenção. Mostrar que embora não seja daqui, Mondragón é comprometido com o Espírito Santo. Deus está vendo!
 
Por falar no pedetista...
É um tanto precipitado o deputado cantar vitória antes da hora, como fez em A Tribuna nesta terça-feira (18). O fato de o Ministério Público ter entendido que não convém denunciá-lo, neste momento, não significa que o assunto está encerrado. Pelo contrário. Os principais envolvidos – Mondragón e a diretora-presidente do Iases, Silvana Gallina - ainda nem abriram a boca, pois se reservaram a esse direito. Quando isso acontecer, é o que veremos.   
 
Claro, claro... 

 

Afinal, não tem como comprar a história de que um colombiano que não conhece o Brasil, muito menos o Estado, chegaria na Acadis Linhares, onde emplacaria quatro contratos com empresas de Colatina, de parentes do deputado Da Vitória, assim, sem mais nem menos, como uma simples coincidência. Vai dizer que Mondragón localizou as empresas para prestar serviços diversos – vigilância armada,  motoristas, jardinagem, profissionais de saúde  e etc- no Google
 
Claro, claro II...
Tem mais: o que o deputado foi fazer na Espanha? E as séries de audiências públicas, eventos e seminários que realizou para tentar emplacar o método pedagógico em todo o sistema prisional? Por que Da Vitória tinha inclusive em seu site pessoal uma série de iniciativas do Mondragón? Os contratos com empresas de seus familiares foram fechados exatamente depois disso tudo. Também foi coincidência ou recompensa? 
 
Sem compromisso
 
Desde que optou por manter Roncalli no governo, mesmo com mil motivos para não aceitar a imposição de Hartung, Casagrande mostrou que não iria priorizar os direitos humanos. Tanto que durante sua campanha, após as denúncias feitas à Organização das Nações Unidas (ONU), se recusou a assinar na íntegra o pacto proposto pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos, como forma de comprometimento ao setor. Fez ressalvas. 
 
Segue...
Igualmente se comportou o candidato tucano que hoje disputa a prefeitura de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas. A única que concordou com todas as propostas para frear as violações nas masmorras de Hartung foi a candidata do Psol na época, a ex-deputada Brice Bragato. 
 
140 toques
“Por que o Fundo Nacional de Segurança e Educação do Trânsito só gastou até hoje 7% dos recursos para 2012? Não dá para reduzir o número de acidentes sem investir na educação”. (Senador Ricardo Ferraço – PMDB – no Twitter).
 
PENSAMENTO:
“O castigo dos bons que não fazem política é ser governados pelos maus”. Platão

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