A cobrança, ainda que elegante de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) do apoio do governador Paulo Hartung (PMDB) ao seu palanque na disputa pela prefeitura de Vitória este ano, colocou o governador em uma situação delicada, afinal, ele não tem como estar em três palanques ao mesmo tempo. Não vai ter como. O governador quer namorar escondido, em público, nem pensar.
Se pudesse, a impressão é de que estaria ao lado de Amaro Neto (SD), o mais novo aliado palaciano. Mas como justificar sua ausência na campanha de Luiz Paulo, o eterno aliado. Mais difícil de explicar é o abandono ao presidente do seu partido no Estado, Lelo Coimbra. Luiz Paulo já abriu mão de muitas coisas em nome da aliança com Hartung, mas o PSDB não vai deixar que ele desista da disputa, até porque aparece bem cotado para a eleição. Lelo, por sua vez, não dá sinais de que vai recuar.
Hartung encheu o cenário de Vitória de aliados, numa tentativa de isolar e desidratar o prefeito Luciano Rezende (PPS), que tem o apoio de Renato Casagrande (PSB), embora seja uma aliança de ocasião, já está consolidada. Mas a expectativa era de que ao congestionar o campo, a esta altura o prefeito já estivesse liquidado, antes mesmo de o pleito começar.
Mas, para surpresa de Hartung, assim como Casagrande tem feito desde o fim da disputa de 2014, Luciano Rezende sobrevive. O prefeito tem desgastes, é claro, mas ainda é um candidato muito forte e com uma vantagem em relação aos aliados. Casagrande só não estará em seu palanque se ele não quiser. E sem qualquer chance de se aproximar de Hartung, tudo indica que Rezende vai querer, sim.
Já para os aliados de Hartung, cabe a reflexão se tê-lo ao lado nas caminhadas pela cidade e nos comícios é mesmo uma vantagem. O governador está em desgaste e uma boa parcela dos eleitores de Vitória não está nada satisfeita com o rumo que o governo do Estado está tomando. Neste sentido, vai mesmo valer a pena se digladiar pelo apoio explicito de Paulo Hartung?
Fragmentos:
1 – O secretário de Desenvolvimento de Linhares, no norte do Estado, Rodrigo Panetto (PPS) se desincompatibilizou do cargo com uma dura tarefa a realizar na eleição deste ano.
2 – Porta voz do prefeito Nozinho Correa (PRTB), o secretário vai ser candidato para defender o legado da gestão de Nozinho. Uma missão difícil, já que o prefeito tem uma alta rejeição. De qualquer forma, Panetto coloca o nome na disputa se apresentando para os pleitos futuros.
3 – Diferentemente do esperado, a vice-prefeita de Itapemirim, Viviane Peçanha – que no momento ocupa interinamente a prefeitura -, não será a candidata do PSDB à prefeitura. O candidato tucano será o médico Thiago Peçanha. Mas, nos meios políticos locais, o comentário é de que o grupo de Theodorico Ferraço (DEM) articula a composição com o ninho tucano em que Viviane Peçanha componha a chapa como vice da ex-prefeita Norma Ayub (DEM).
