Quinta, 25 Abril 2024

Simples, se não complicassem

O Z do Zorro é mais conhecido do que o emblema da Nike. Os Beatles disseram que são mais famosos que Jesus Cristo. São, mas serão? O tempo passa e os famosos vão sendo soterrados pela avalanche de novos famosos que nos assolam diariamente. Uns poucos persistem, nem sempre por serem os melhores, ou deram mais sorte. Van Gogh e Herman Melville jamais imaginariam que suas obras seriam conhecidas e glorificadas 200 anos depois de serem criadas.

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Sonho dos desprezados: Nem minha mãe comprou meu livro, mas talvez daqui a duzentos ou mil anos, meu nome estará na boca do povo. O que é ruim fenece, o que é bom prevalece, filosofou Confúcio. O que é bom dura pouco pode ser entendido como um complemento de vaso ruim não quebra. O livro mais velho do mundo não é a Bíblia mas o I Ching, com mais de 5 mil anos: As leis naturais não são forças externas às coisas, mas representam a harmonia e o movimento inerente às próprias coisas. O I Ching é considerado o princípio da tecnologia moderna.

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O tempo é relativo, disse o relojoeiro, e meu tempo está se esgotando. "Se nada nos salva da morte,, que pelo menos o amor nos salve da vida", disse Pablo Neruda. Nas horas de folga, entre uma rima e um riso, Neruda filosofava: Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências. De pouco e nada resta o infinito, disse o mendigo olhando para o chapéu vazio de esmolas. Se chover, não resta nem mesmo o chapéu.

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Competindo no pódio do mais antigo livro escrito do mundo, temos o Épico de Gilgamesh, narrando as aventuras do quinto rei de Uruk, na Mesopotâmia, hoje Iraque. Gilgamesh reinou por 126 anos, e feito a fórmula da água, era duas vezes deus para uma porção de homem. Que nem nós. Antigamente era demonstração de cultura ter um 'livro de cabeceira' que deveria ser o livro que mais se gostasse. Hoje o livro de cabeceira é o celular - tem todos os livros ao alcance da mão. É só não esquecer de carregar. E adeus, que as visitas chegaram para o almoço, e queimei o feijão.

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