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Tá nevando em Itaúnas

Chegamos galhardamente aos dois terços de janeiro, os primeiros vinte dias dos 365 que nos desafiam,  e finalmente o frio dá as caras. Em Miami, claro, cidade com tendências separatistas e vocação para a latinidade. Lembrando aos distraídos, é inverno no hemisfério norte, e no resto do país a neve se acumula nas portas das casas e na beira das estradas. Tem uma cidade no Arizona chamada Snowflake, ou floco de neve, não preciso explicar o motivo.
 
Em uma dessas revistas ditas femininas, deparo com uma pergunta inusitada para nós, de índole tropical: Como tirar manchas de sal da roupa. A pessoa que manchou a blusa nova com sal é de Wisocnsin, no norte do país, onde tem muita neve no inverno. É quando o sal aparece como a salvação dos caminhos e inimigo das roupas novas, pois o método mais rápido de derreter neve e gelo acumulados nas calçadas é usar sal grosso.
 
As pedras de sal baixam  o ponto de congelamento da água, portanto,  derretendo o gelo. “A chave do sucesso para derreter a neve e o gelo é pôr o sal o mais perto possível  da superfície que você deseja manter limpa”.  Tá, aprendi. E tem propaganda, claro, porque com tanta neve caindo, vender sal deve ser um grande negócio. “O sal Norton é o melhor para sua calçada, porque derrete a neve mais depressa. Disponível em qualquer loja de ferramentas”.  Pensei que compravam no supermercado.
 
Para se ter uma ideia, apenas no estado de Wisconsin, onde a moça manchou a blusa e não é o mais frio do país, foram  gastas 573 mil toneladas de sal no inverno de 2011, a um custo médio de US$ 60 a tonelada. É, o inverno custa caro. No entanto, o consumo de sal tem diminuido 40%  em 2012,  não porque o inverno ficou mais generoso, mas porque  sal faz mal, não apenas para o coração, mas para o meio ambiente. Outros produtos sintéticos têm sido usados com sucesso.
 
Neve são cristais de gelo de formato hexagonal e ramificações complexas, nunca repetidas. Tal como a impressão digital. Sempre me admiro como a natureza é uma artista exigente e criativa. Os bilhões de cristais de gelo que se formam  na atmosfera são afetados pelas variações de temperatura ao cair sobre a terra,  ganhando ramificações próprias e inconfundíveis. Alegria dos artistas e das decorações de natal.
 
Confúcio já disse: “Neve só é bonita quando cai e em cartão postal”. Acumulando nas ruas e estradas, vira blocos de gelo misturados com lama e poluições outras, nada agradável ao visual turístico. A não ser nas estações de esqui, onde generosamente cobre as pistas repletas de turistas. E o Google disse que, na China, foram identificados  360 mil  formatos de flocos de neve.
 
Olhando nos filmes,  a neve parece descer flanando suavemente, feito açúcar  de confeiteiro sobre o bolo acabado de assar. A velocidade média de um floco de neve é  de um metro e 70 centímetros por segundo.  Uma  nevasca pode conter 40 milhões de toneladas de neve, com uma energia equivalente a 120 bombas atômicas. A cidade de Denver, no Colorado, foi praticamente enterrada sob 21 inches de neve. Isso tudo em apenas 24 horas, provocando estragos no valor de sete milhões de dólares.
 
Um turista distraído pode bem confundir as dunas de Itaúnas com montanhas de neve. No entanto, são dois polos opostos do mundo  –  verão, praia  e forró de um lado; gelo, frio e toneladas de sal do outro.  
 
PS.: Alô Beth, tenha um maravilhoso aniversário, branco como a paz.
 
 
 

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