Sexta, 03 Mai 2024

Tetê-à-tête

O trajeto definido para o protesto desta sexta-feira (19) é simbólico. A Assembleia Legislativa, palco da manobra para derrubada do projeto de que propunha a extinção do pedágio na Terceira Ponte e do uso de violência desproporcional da polícia contra os manifestantes; o Tribunal de Contas, que fará a auditoria no contrato com a Rodosol; a própria concessionária, ícone dos protestos e, por fim, o Palácio Anchieta, que tem relação com todos os anteriores –articulações com os deputados, falta de diálogo e o comando ao BME. Os quatro destinos cravam, claramente, quem são os adversários das reivindicações populares no Estado. Mais um recado direto ao governador Renato Casagrande, que até agora conduziu mal esta questão e, não à toa, virou alvo. Um dia antes do protesto, o governador volta às redes sociais, com a seguinte mensagem em seu Facebook: “toda a minha vida pública foi marcada pelo diálogo e pela busca de entendimento, principalmente nos momentos de dificuldade. Para mim, essa é a base da convivência democrática e o único caminho para construir pactos sociais sólidos e duradouros”. E também no Twitter, postou conteúdo semelhante. Pois bem, Casagrande, que tal colocar em prática? Já passou da hora - e como! - de encarar as ruas no tetê-à-tête. 
 
Segue...
De fato, não há como ignorar mais as redes sociais. Deve-se atentar, porém, para o uso que se faz delas. Hoje, a maioria dos políticos do Estado utiliza mal o espaço, apenas com a intenção de prestar contas ou para autopromoção e discursos “ao vento”. Se essas ações têm algum efeito, este é negativo. Estabelecer um canal real de interação com o povo vai muito além de uma vitrine. 
 
Pra você ver...
Os deputados estaduais Luzia Toledo (PMDB), Da Vitória (PDT) e Eustáquio de Freitas (PSB), depois de votarem contra a extinção do pedágio, não seguraram as críticas que receberam e simplesmente encerraram suas contas nas redes sociais. O “lance” é aparecer bonito na foto. O jogo democrático não interessa. 
 
Fraquinho
E ainda tem deputado que tenta explicar, enquanto seria melhor ficar quieto. Foi o que Freitas fez nessa quarta-feira (17), ultima sessão antes do recesso, quando disse que saiu do Facebook porque as pessoas que estavam fazendo comentários na página – leia-se críticas - não eram bem-vindas e, provavelmente, “ligadas aos vândalos dos protestos”. Seus eleitores, não, pois esses o apoiam e sabem o político que ele é. Sabem mesmo?
 
‘Atrás do prejú’
Outra que também perdeu oportunidade de ficar quieta foi a deputada estadual Janete de Sá (PMN). Em meio a uma sessão pra lá de tumultuada, Janete fez questão de avisar aos colegas de plenário sobre a formação de uma frente parlamentar para fiscalizar a auditoria no contrato da Rodosol. E deixou bem claro: “vai acompanhar ‘com lupa!”. Vem cá, a deputada acha que assim vai livrar sua pele? Está difícil...quase impossível!
 
‘Atrás do prejú II’
Janete garante que tem a adesão de Luiz Durão (PDT) e Marcos Mansur (PSDB) e a frente está aberta a novos deputados que tenham interesse em acompanhar o trabalho. No “G15”, quem mais estaria interessado em mexer com esse assunto? E no “G11”, os deputados independentes vão se juntar aos que votaram com o governo? Está esquisita essa história. 
 
Sem noção
Aliás, até agora penso na “trapalhada” de Freitas na mesma sessão, ao colocar ainda mais lenha na fogueira no assunto que a classe política está doida para que caia no esquecimento. Se a ideia era ajudar o governo...
 
Oficial
No Diário Oficial desta quinta-feira (18) está o ato de nomeação do ex-prefeito de Santa Teresa Gilson Amaro (PMDB) na gestão de Rodney Miranda (DEM), como a coluna já havia registrado. Cargo de secretário municipal de Governo e Articulação Institucional. 
 
Sem verdade
Implantada desde março deste ano, com pompa e circunstância, durante visita da ministra Maria do Rosário, a Comissão Estadual Memória e Verdade ainda não tem condições de iniciar seus trabalhos. A ideia era oferecer respostas à sociedade para casos de tortura, mortes e desaparecimento de presos políticos no Estado durante a ditadura militar. Mas nem sala a comissão tem. Como fica?
 
140 toques
“É nos momentos de crise que o diálogo se torna mais necessário. Com intolerância, só a semente da violência encontra ambiente para germinar”. (Governador Renato Casagrande – PSB – no Twitter).
 
PENSAMENTO:
"Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda". Abraham Lincoln 

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