Traumas
Há de se reconhecer que o governo Renato Casagrande trouxe realmente de volta o direito de divergir, um pressuposto básico do regime democrático e que esteve ausente nos oito anos de mandato de Paulo Hartung. No entanto, por mais que Casagrande demonstre que a democracia está restabelecida, ainda perduram receios em exercê-la, sobretudo, entre os deputados estaduais. É o trauma que ficou da convivência com um ex-governador autoritário, principalmente naqueles que adquiriram a noção de que os mecanismos de poderes disponíveis a um governador são suficientes para torná-lo um tirano, como ocorreu com Hartung. A história, aliás, está cheia deles. O ex-governador criou a ideia de que divergir dele era uma profanação e havia sempre custos altíssimos: tinha que se ver com o Ministério Público Estadual, Judiciário e manchetes demolidoras na mídia corporativa. Com esses instrumentais, saqueou muitas honras, usando ainda por cima as vestias de um salvador. Casagrande viveu bem esse período e teve até que usar de recursos hábeis para não ser atingido. Fez inclusive concessões, a ponto de abrigar Hartung em seu partido, quando o desenfreado oportunismo político dele assim exigiu.
Área crítica
A propósito, na prestação de contas do governador na Assembleia, nessa terça-feira (30), de cada dez deputados, nove cobraram medidas na área de segurança.
Área crítica II
E não é que em certa hora, ao abordar o assunto, Casagrande soltou que o Estado estava há anos sem reposição dos efetivos? Pela primeira vez, admitiu o buraco deixado por Hartung.
Azedou
Também de lá veio a comprovação de que as relações entre o presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), e o deputado estadual José Esmeraldo – de saída do PR – vão de mal a pior. Em certo momento, Esmeraldo chamou atenção de Ferração, de forma irônica, sobre a reposição dos 11,98%. E soltou uma mais ou menos assim: “não sei o que está acontecendo com o presidente da Assembleia, está tudo parado”.
Insatisfação
O PT manifesta insatisfação com o tratamento do governo dispensado à sua bancada na Assembleia e também às lideranças do interior do Estado – os socialistas avançam sobre elas. Está exercendo o direito de divergir.
Insatisfação II
O noviço deputado estadual petista, o cachoeirense Rodrigo Coelho, já prega, inclusive, uma postura mais dura em relação a Casagrande. E vai além das fronteiras do Estado, ligando-se ao comportamento que o atual presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, dispensa à presidente Dilma. Quer a recíproca aqui.
Disputa
A ambição atual de conquista dos partidos do Estado é o candidato derrotado à prefeitura de Guarapari, Carlos Von. Estão atrás dele o PV, PT e PMDB. A presa está tonta, a pressão é muito forte.
Injustificável
As manifestações contrárias ao prefeito Luciano Rezende (MD) vindas do sindicato dos servidores da prefeitura de Vitória, revelam tratar-se de uma ação meramente de confronto político, em busca do desgaste do prefeito.
Injustificável II
Foram oito anos com João Coser (PT) para alcançar vários benefícios que desejam hoje, entre eles o cartão alimentação, que os servidores acabaram de conseguir com Luciano.
Apresentação
A nova secretaria de Meio Ambiente do governo, Diane Rangel, é servidora de carreira da Cesan, onde foi coordenadora de Meio Ambiente e a primeira secretaria-executiva do Consórcio Rio Santa Maria – Jucu.
PENSAMENTO:
"Em política, nada é desprezível”. Benjamin Disraeli
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