Tudo como antes
Na entrevista do professor Roberto Simões a Século Diário, ele matou a cobra e mostrou o pau, enxergando o que nós da crônica política não havíamos até então enxergado: a unanimidade que imperou nos dois governos de Paulo Hartung (PMDB) é a mesma do governo Renato Casagrande. A diferença é que Hartung operou aterrorizando a classe política, enquanto Casagrande optou pelo processo democrático.
A prática de governo é a mesma, os problemas também, bem como as soluções. Nada que abra a participação do movimento popular.
Alguma dúvida? Nenhuma. Quando o governador Renato Casagrande não comparece a ato da área dos direitos humanos, como outros de igual teor, que mexem com os nervos dos movimentos organizados e da população, está inteiramente dentro da teoria da unanimidade implantada no Estado pelo ex-governador Paulo Hartung.
A unanimidade de Casagrande começou nas eleições municipais, com um jogo de acomodação muito bem feito, que dele não escapou sequer o ex-governador. Botou dentro de seu arco quase todos os partidos. A questão é como o governador Casagrande vai conseguir levar essa unanimidade até o pé do altar.
O campo político é sempre sujeito a chuvas e trovoadas. Os relâmpagos já prenunciam. Mormente quando o senador Magno Malta, do PR, anuncia um projeto de candidatura ao governo. Cercado, contudo, das cautelas necessárias. Qual seja a de uma ampla consulta à população.
Adversário de Casagrande? É bem possível. Até porque o governador herdou de Hartung a relação estreita do governo com as elites capixabas, com as quais Malta não alinha, consonante com a natureza da sua opção política.
É boi na linha. Um caminho aberto para combater a política do apaga incêndio, que não aprofunda a solução dos problemas. É como diz o professor Roberto Simões, uma das maiores autoridades em políticas públicas.
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