Segunda, 29 Abril 2024

Vai encarar?

 

Já praticamente em traje de ex-prefeito, João Coser (PT) inicia sua jornada para alcançar o Senado em 2014, e assim como quem cedo madruga, chega na frente e bebe água limpa. Mas vai ter, necessariamente, que passar por uma cirurgia plástica de rejuvenescimento para enfrentar o eleitorado. Apesar das boas gestões em Vitória, sai da prefeitura com a imagem cheia de hematomas.
 
Para entender o momento vivido por Coser, há que se recuar no episódio em que ele foi preterido para o governo. Numa ardilosa e bem executada manobra do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), tirando-o do circuito, juntamente com o atual senador Ricardo Ferraço (PMDB), para entregar o governo a Renato Casagrande.
 
Sem mais explicações para as duas eliminações, especialmente e principalmente a do Coser, pois, a partir daí, passou a surgir um estoque de denúncias a denegrir a imagem do prefeito e derrubar o seu prestígio. Persistem, especialmente agora, quando ele começa a ter o seu governo reconhecido e bem avaliado.   
 
Para quem acalentava o sonho de dominar o Estado até o ano de 2025, como projetava o ex-governador, era realmente preferível lidar  com um partido inexpressivo do que  com outro criado e alimentado  no ardor dos combates da vida sindical e do movimento popular.  Preferiu um governador de partido pequeno, como era o PSB do governador Renato Casagrande, em detrimento do até então vigoroso e combatente PT do Coser.
 
O castigo veio a cavalo: Casagrande foi para o governo e o seu inexpressivo partido ficou grande nas eleições municipais, enquanto o combativo PT desabou, perdendo as prefeituras de Vitória e de Cariacica, sobrando Colatina e  Cachoeiro de Itapemirim, respectivamente com Leonardo Batata e Carlos Casteglione, mas que atendem a comandos alheios ao partido, com Guerino Balestrassi e Camilo Cola.     
 
Mas o pecado capital de Coser foi quando ele entregou o PT a Hartung, para que ele pudesse governar sem as pressões do movimento sindical e popular. Incapaz, naquela oportunidade, de identificar o instinto de maldade política do outro.  
 
É nesse quadro que Coser quer ser senador. Ele integra hoje um núcleo em que existem outros como ele pretendendo também o Senado, do seu porte: Neucimar Fraga (PR) e as deputadas federais Iriny Lopes (PT) e  Rose de Freitas(PMDB). E ainda Hartung, que não dispensa um cavalo arriado na porta.
 
Além de ser mais um pleito com os enigmas eleitorais de uma eleição de uma única vaga: traições têm garantias de presença.
 
  

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