Já começam a ficar mais evidentes os ruídos na aliança entre o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e o prefeito Luciano Rezende (PPS) para a disputa em Vitória. Dentro da seara do socialista, dizem que o prefeito se esquiva de conversar com o diretório municipal do PSB há um bom tempo. Ele não estaria disposto a levar adiante o compromisso de entregar a vice da chapa ao partido de Casagrande. Luciano quer porque quer fazer um nome seu. O escolhido, no caso, apenas migraria para o PSB, o que nem de longe é aceito no ninho socialista. Esses pontos de impasse, somados às inúmeras tentativas de aproximação de Luciano ao governador Paulo Hartung (PMDB), por meio do vice-governador César Colnago (PSDB), estabeleceram um clima de pressão em cima de Casagrande. O ex-governador, até agora, negou qualquer intenção de disputar a prefeitura de Vitória. Mas, ao contrário do que parece, pode não ser uma carta fora tão do baralho assim. O tempo dirá.
Saídas
O comportamento de Luciano reforça que ele não tem economizado em apresentar todas suas armas de sedução ao grupo de Hartung. Não foi à toa, também, que escolheu Colnago como interlocutor. O tucano tem acesso ao governador e é conhecido por sua capacidade de elaborar fórmulas.
Aliados
Os nomes que aparecem como preferência do prefeito na vice, para variar, são os mesmos de sempre: o atual vice, Waguinho Ito, e o vereador Fabrício Gandini, ambos do PPS.
Tiro ao alvo
O deputado federal Lelo Coimbra (PMDB) atira quase todos os dias na direção de Luciano em suas redes sociais. Olha a última, que rendeu bastante comentários: “Enquanto a cidade de Vitória apresenta declínio em suas receitas, a gestão atual da Prefeitura de Vitória não tem competência para oferecer alternativas aos investidores, comerciantes e geradores de emprego e renda. A estagnação toma conta da nossa capital”.
Entendimento
A visita de Casagrande à Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira (3) não tem objetivo de cobrar dos deputados estaduais a aprovação de suas contas de 2014, seguindo parecer do Tribunal de Contas. Mas sim de se colocar à disposição para dúvidas e esclarecimentos. É o que ele tem dito por aí.
Cabo de guerra
Na última vez em que um processo deste passou pela Casa, as contas de 2013, deu um bafafá danado. Rolou embate durante mais de um mês. Na ocasião, porém, havia um parecer com ressalvas, o que deu pano pra manga para os aliados de Hartung. Desta vez, o parecer é unânime.
Crise?
Hartung prorrogou o contrato do governo com a Ampla Comunicação Ldta. Por mais um ano, vai garantir R$ 14 milhões para a empresa responsável pela publicidade de sua gestão. Nesta área, não falta dinheiro nunca.
Absurdo
A sede da Petrobras na Reta da Penha, em Vitória, voltou a gerar incômodos aos moradores das ruas do entorno, principalmente da José Luiz Gabeira, localizada ao lado da usina de refrigeração. O sistema, além de lançar gás na atmosfera, provoca barulho que em muito ultrapassa os limites permitidos. Na segunda-feira passada foi ensurdecedor e chegou, também, às ruas mais distantes.
Absurdo II
O Disque Silêncio, que já multou a estatal antes, foi mais uma vez chamado, constatando o excesso. Os moradores da rua querem discutir o problema com o Ministério Público Estadual (MPES), que apura somente o vazamento de gás, após denúncia de um ex-funcionário. Mesmo assim, só participam os moradores do outro lado da sede, distantes da usina. Onde o calo aperta mesmo, nada.
Nas redes
“A partir de hoje [segunda, 3] a Praia do Canto contará com coleta seletiva do lixo seco. A boa notícia só está sendo possível após cobramos insistentemente a Prefeitura de Vitória (…)”. (Vereador Serjão Magalhães – de saída do PSB – no Facebook).
PENSAMENTO:
“É inútil pedir contas a um homem pelo que ele fez em três ocasiões: quando ele está apaixonado, quando está bêbado ou quando é candidato a algum cargo político”. Shirley Maclaine