Sexta, 29 Março 2024

Vitória histórica em Cachoeiro

A eleição de Cachoeiro aponta um fato histórico. Confirmando a projeção das pesquisas, Victor Coelho (PSB) foi reeleito, oficialmente, com 53,28% dos votos, prefeito do município. Fato sem precedentes na história político-eleitoral, já que a diferença de votos entre o primeiro colocado e o segundo nunca atingiu esse grandioso percentual. Ficou em segundo lugar, com 17,71%, o candidato Diego Libardi (DEM), que contou com apoio irrestrito do deputado Teodorico Ferraço (DEM), e, em terceiro, Jonas Nogueira (PL), com 10,68%, atual vice-prefeito, rompido com o prefeito Victor desde o meio de seu mandato. 

O eleitor cachoeirense, de maneira geral, reconheceu que o prefeito Victor (PSB) realizou uma boa administração, com destaque para sua atuação durante a cheias do rio Itapemirim e também no curso da pandemia da Covid-19. O governador Renato Casagrande (PSB), embora discretamente, também foi peça fundamental nesse conjunto de fatos.

O prefeito reeleito fez uma campanha equilibrada, fugindo essencialmente dos ataques que sofreu de Jonas, também vice-prefeito e seu maior inimigo pessoal, e do candidato Diego, que o deputado Ferraço (DEM) considerou "o novo Ferraço", fazendo alusão às importantes obras que realizou no município. Ambos buscaram para sua campanha o presidente Bolsonaro. O ministro Onyx Lorenzoni promoveu aparições nos programas televisivos.

Durante toda a campanha, Victor deu grande realce às obras realizadas. O tema central foi "a humanização da cidade", enquanto seus adversários o acusavam "de ter prejudicado o comércio durante a pandemia" e "ser responsável pela fuga de indústrias do município, com a falta de obras denominadas "estruturantes". Em contrapartida, o prefeito reeleito montou um programa eleitoral com grande técnica, amortecendo a violência das críticas lançadas, refutando-as com a apresentação de obras e um discurso sem agressões aos seus adversários.

Sem perceber, os antagonistas cresciam o tom das críticas enquanto o prefeito fazia o contraponto, subindo nas pesquisas. A rigor, a campanha contra o Vitor foi tracejada pelo falta de profissionalismo e sem qualquer objetivo político-eleitoral, a não ser a agressão. Uma espécie de imitação do discurso bolsonariano, tendo como base "a família, a moral e a propriedade". Rompendo um elo histórico, tentou-se impor ao cachoeirense uma ideologia de extrema direita.

Outro dado importante: a candidata do PT, Joana Darck, alcançou 2,16%. É bem dizer que o PT governou dois mandatos seguidos antes do prefeito Victor, com o ex-prefeito Carlos Casteglione. O deputado Teodorico Ferraço (DEM), que é o responsável pela votação de Diego, um autêntico outsider, arriscou o seu prestígio contra a força do prefeito. Ademais, sua mulher, Norma Ayub (DEM), foi a terceira colocada na eleição para prefeita de |Marataízes. Não sai bem das eleições.

A partir de agora, o prefeito reeleito, suprimindo antigas e novas lideranças, preparou o terreno não só para candidatura do governador Renato, mas, sobretudo, pode criar outras lideranças, já que a nova Câmara é composta de vereadores que jogam no seu time. Diria mais. Victor se mostrou, supreendentemente, uma pessoa astuta politicamente. O grande mérito dele, apesar da pouca experiência, foi aproveitar as oportunidades. Seus adversários, como não tinham orientação ou regra, dançaram. Por um bom tempo futuro.

Veja mais notícias sobre Colunas.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 29 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/