Sexta, 03 Mai 2024

A exposição Ronaldo Azeredo homenageia a poesia concreta

A exposição Ronaldo Azeredo homenageia a poesia concreta
Conhecido pelo experimentalismo e pelo minimalismo, Ronaldo Azeredo foi um dos expoentes do movimento da poesia concreta no Brasil. Seu poema Velocidade é construído com apenas uma palavra e é considerado uma síntese do concretismo, pela sua geometria e sonoridade caracterizada, sobretudo, pela ruptura com o verso e pela exploração do espaço da página.
 
 
A partir desta terça-feira (22), o MAES apresenta a exposição Ronaldo Azeredo: o mínimo múltiplo (in)comum – uma trajetória poética, Sob a curadoria de Marli Siqueira Leite. A mostra recupera a produção desse importante poeta do Concretismo, movimento marcante da literatura brasileira a partir dos anos 1950. 
 
Marli Siqueira conta que foi o emblemático poema Velocidade que deu início aos seus estudos sobre a poesia concreta. Ela é autora de um livro sobre a poética do Azeredo, resultado de uma dissertação de mestrado na UFES. “Foi durante uma aula em que fiz uma leitura de Velocidade que um dos alunos revelou que o autor do poema era seu avó e me convidou para conhecê-lo”, conta Marli, que a partir de então começou uma amizade com Henrique Azeredo, neto do poeta.
 
A exposição O mínimo múltiplo (in)comum é um desdobramento do livro e acaba de chegar em Vitória depois de uma bem sucedida temporada na Casa das Rosas, em São Paulo. A mostra resgata a trajetória de Ronaldo Azeredo e reúne um conjunto de 32 poemas, seis textos em prosa, mais um projeto de trabalho não concretizado.
 

Com produção de Aparecida Torrecillas e organização e projeto visual da JUUZ Design, a exposição chega ao MAES com muitas novidades. A curadora conta que a equipe teve muito mais liberdade devido à dinâmica do museu. “Na Casa das Rosas, por se tratar de um patrimônio, não tivemos muita liberdade para montar a exposição. Já aqui no Museu nós podemos ousar mais, pintar as paredes e fazer do jeito que queremos”, conta. 
 
 As obras estarão dispostas em ordem cronológica começando com seu primeiro poema ro - produzido em 1954, quando o autor tinha apenas 17 anos – e terminado com o livro Lá bis os dois, de 2002, seu último trabalho publicado. Além disso, a mostra conta também conta com a obra Sinto, de 2005, que não pode ser finalizada por Azevedo, inclusive o nome foi dado por Augusto de Campos, grande amigo e também poeta concreto.
 
 “A obra de Azeredo foi pouca conhecida porque ele costumava fazer apenas alguns poemas e presentear os amigos, ao invés de publicá-los em livros. Além disso, é difícil imprimir sua obra porque muitas contam com o tato e com o aspecto visual muito forte”, explica Marli. Além de grandes obras como Armar, um quebra-cabela gigante, e Labirintexto, um mapa afetivo entre são paulo e Rio, a exposição também terá poemas originais, recortes de jornais e uma sala dedicada aos poetas capixabas que dialogam com a obra de Azeredo.
 
A curadora convidou três poetas que vivem no Espírito: Caê Guimarães, Douglas Salomão e Lúcio Manga, para comporem a sala Interseções, que estabelece um diálogo com a obra do Azeredo. São poetas que possuem poéticas bastante distintas entre si, mas os três possuem composições com letras com formas, com intercalações, com jogos de espaço. 
 
Além dos trabalhos de Caê Guimarães, Douglas Salomão e Lúcio Manga, essa sala terá algumas obras de Dionísio Del Santo, pertencentes ao acervo do Maes que também contém traços do concretismo. 
 
Serviço
A exposição Ronaldo Azeredo: O mínimo múltiplo (in)comum - Uma trajetória poética será aberta nesta terça-feira (21), as 19h, no Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes). Avenida Jerônimo Monteiro, 631, Centro, Vitória. Visitação: de terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h. Até 23 de março. Mais Informações: (27) 3132-8393
 
 

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