Mais: Troféu e caderno da homenageada; trajetória de Verônica no teatro e no cinema
A atriz, diretora, produtora e ativista cultural Verônica Gomes será a Homenageada Capixaba do 32º Festival de Cinema de Vitória, que acontece de 19 a 24 de julho. Apesar de ser um nome de peso na cultura capixaba, a artista afirma que “a ficha ainda está caindo”, mas que “está em estado de graça”. “A homenagem não é só pra mim, é coletiva, pois nunca estive sozinha”, comemora.

Verônica afirma ter sido pega de surpresa, pois, conforme relata, em sua trajetória profissional se empenhou muito, por meio do trabalho de produção, em “cuidar dos artistas, ver o outro brilhar”. A homenageada acredita que sua escolha se deve ao fato de que, embora tenha passado a se dedicar a atividades como as de direção e produção, nunca deixou de ser atriz.
Troféu e Caderno da Homenageada
Como parte da homenagem, Verônica receberá o Troféu Vitória e o Caderno da Homenageada, publicação inédita e biográfica, assinada pelos jornalistas Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, que trata da sua vida e trajetória profissional. A artista destaca que o fato de ser homenageada em um evento que ela viu nascer é muito importante. “Sempre vou ao Festival, que não fica atrás de outros grandes festivais de cinema do país. Quando não posso ir, mando mensagem parabenizando”, diz.
O início
Natural de Aracruz, Verônica mudou-se com sua família para Vitória aos quatro anos de idade. Sua relação com o universo cultural se deu desde a infância, através do contato com o mundo musical, especialmente por meio de seus tios, que eram músicos. A dança, a poesia e o teatro fizeram parte da adolescência e do início da juventude de Verônica. Em 1986, ela estreou profissionalmente nos palcos, com A Gang do Beijo, de José Louzeiro. Também formou-se em Jornalismo e atuou como produtora de TV e jornalista na TV Educativa do Espírito Santo.
Peças teatrais

Entre os trabalhos de Verônica como atriz, na década de 1980, estão Eu Sou Vida, Eu Não Sou Morte (1987); Auto de Frei Pedro Palácios (1987); e O Riso (1988), espetáculos dirigidos por César Huapaya; e Negritude (1988), com direção de Vera Viana. Na década de 1990, ela assinou inúmeros trabalhos como diretora de produção, entre eles, Que Droga Não Ter Asas (1992); e Quarta-Feira Lá em Casa Sem Falta (1993). Também esteve presente como atriz em montagens como Grades Suspensas (1996), monólogo que contou com a Direção de Robson de Paula; Palhaço (1996), dirigido por Dácio Lima; e A Mulher que Matou Os Peixes (1996), adaptação do texto homônimo de Clarice Lispector, em que assinou a direção artística e de produção, além de atuar.
Mais peças teatrais
No início dos anos 2000, Verônica atuou em dois espetáculos em parceria com o diretor Robson de Paula: Caso Herzog (2000) e Uma Casa Brasileira Com Certeza (2001). De 2000 a 2010, participou como atriz e diretora artística do projeto Rádio Terra, em que produziu nove textos da autora Margareth Maia, entre eles Nem Todo Lixo É Lixo, Alice No País Sem Maravilhas e Água Fonte da Vida.
Mais peças teatrais II

Nos anos 2010, Verônica participou do projeto Eluzartes e esteve em cena no espetáculo Meu Lugar, Meu Umbigo no Centro do Mundo (2012). Também atuou na peça Acabo Ficando, Mas Sempre Querendo Ir (2012). Em 2013, dirigiu Os Tipos Populares de Vitória, com texto de Milson Henriques. Em 2015, foi a protagonista do solo O Mistério da Casa Amarela, livre adaptação do texto Mulher Sozinha, de Dario Fo e Franca Rame, com Direção de Renato Direnzo. Ao longo dos anos 2010, também participou de inúmeras encenações do Galo de Belém, um Auto de Natal, com encenadores e textos múltiplos, atuando em diferentes funções como diretora artística, diretora de produção e atriz.
Cinema
Em 2025, Verônica atuou no cinema como Yara, uma das protagonistas do longa-metragem Margeado, de Diego Zon. O filme trata do rompimento de uma barragem próxima a uma comunidade pesqueira. Contudo, ela estreou no cinema em 1993, atrás das câmeras. Foi produtora de elenco e figuração, além de segunda assistente de direção de Sérgio Rezende, no longa-metragem Lamarca. A produção foi filmada no Espírito Santo e estrelada por Paulo Betti.
Cinema II
Verônica estreou no audiovisual como atriz, nos anos 2000, no curta-metragem Ciclo da Paixão, de Luiz Tadeu Teixeira, e retornou aos sets de filmagem em 2004, interpretando a viúva Dona Ana, em Insurreição de Queimado, de João Carlos Coutinho. Em 2012, atuou em Cais dos Cães, de Marcos Veronese. No ano de 2019, foi dirigida por Luiz Carlos Lacerda, em Uma Faca só Lâmina. No mesmo ano, participou de Não Deixa Cair, de Luiz Will Gama; e interpretou a enfermeira Norma, no premiado longa-metragem Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira.
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