Segunda, 06 Mai 2024

Anulação dos editais da Paulo Gustavo em Cariacica indigna artistas

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Foi publicada no Diário Oficial de Cariacica desta quarta-feira (10) a anulação dos editais nº 002/2023 e nº 003/2023, da Lei Paulo Gustavo, por "inconsistências verificadas no termo edilício". O ocorrido indignou a classe artística, pois não houve discussão com o Conselho Municipal de Política Cultural, que cobrou explicações da gestão de Euclério Sampaio (MDB). Por isso, o presidente do Colegiado, o Secretário Municipal de Cultura e Turismo, Paulo Roberto de Oliveira, convocou reunião extraordinária do Conselho para esta quarta (10), às 17h.

Os projetos inscritos em ambos editais já haviam sido analisados pelos pareceristas, portanto, faltava somente a publicação do resultado. O ator e produtor cultural João Vitta faz críticas à anulação. "Enquanto artista, enquanto uma das pessoas inscritas, aguardando resultado, me sinto desmotivado. Na reunião de hoje queremos ouvir os argumentos da gestão, mas a justificativa, no meu entender, não poderia se dar de forma individualista, não poderia ter sido uma decisão unilateral", lamenta.

João Vitta prossegue dizendo que o Conselho "não foi buscado, certificado. A decisão pegou todo mundo de surpresa. É triste, lamentável", diz. O artista informa, inclusive, que na semana passada foi contatado pela Secretaria de Cultura para que enviasse sua documentação pessoal, pois havia ocorrido um problema na plataforma de inscrição dos projetos, onde os documentos foram anexados. "Como uma decisão como essa é tomada após análise dos projetos? É incompetência? É inoperância? É proposital, para desmotivar?", questiona.

O ator Hudson Braga afirma querer saber quais erros do edital causaram sua anulação e questiona como isso pode ter acontecido. "Todos editais passam pelo crivo da Procuradoria. Não se escreve o que dá na telha e se lança o edital", diz. O artista queixa-se do fato de que, na atual gestão, as decisões a respeito da cultura são tomadas "de cima para baixo", o que, conforme afirma, não havia ocorrido antes no Município. "A classe artística sempre foi procurada, consultada. Isso foi um balde de água fria para quem perdeu horas, dias, semanas, escrevendo projetos", desabafa.

Hudson destaca que, juntando o edital da Paulo Gustavo que foi cancelado, os de 2024 e os da Lei Aldir Blanc 2024, que ainda serão lançados, Cariacica receberá do Governo Federal cerca de R$ 7 milhões. O medo, afirma, é que esse recurso não chegue nas mãos dos artistas por problemas nos editais. "Caso não chegue aos artistas, vai ter que ser devolvido ao Governo Federal", diz. O ator lamenta, ainda, a situação do edital 2023 da Lei Municipal de Incentivo a Cultura de Cariacica João Bananeira.

"Foi uma 'maquiagem' de edital no valor de R$ 258 mil, o menor de todos editais, e não há justificativa para isso. No ano de 2022 foi R$ 800 mil, R$ 400 mil, do município e mais R$ 400 mil do Fundo Estadual de Cultura. Tudo bem, o dinheiro do Fundo de Cultura não veio, mas e os R$ 400 mil do município? Os artistas de Cariacica têm um nome a zelar, não podem ser tratados com desrespeito, descaso", afirma.

Hudson também faz críticas a outras ações da gestão de Euclério Sampaio na área da cultura. Uma delas foi a inexigibilidade de licitação para contratação da cantora gospel Bruna Olly e do padre Anderson Gomes, que receberam, respectivamente, R$ 85 mil e R$ 60 mil para se apresentar na inauguração da Nova Orla de Cariacica, em 27 de dezembro. "Artista é artista, tem que receber o que merece sempre, mas não tem porque haver inexigibilidade se há outros artistas que fazem a mesma coisa, ela não é a única cantora gospel do município, assim como ele não é o único cantor católico", diz.

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