Domingo, 28 Abril 2024

​Biografia de Papo Furado é lançada no Sesc Glória

papo_furado2_FotoLeonardoSa Leonardo Sá

É praticamente impossível os amantes do samba no Espírito Santo não saberem quem é Edson Rodrigues do Nascimento, o Papo Furado. Na verdade, sua fama vai para além do universo desse ritmo, pois ele é referência na cultura capixaba e na resistência negra no Espírito Santo. Para quem quer se aprofundar na história desse baluarte do samba, o escritor Wagner Silva Gomes lança, neste sábado (10), a biografia Mudando de Conversa com Papo Furado, às 15h, no Sesc Glória, Centro de Vitória.

O livro, publicado por meio de edital do Fundo Nacional de Cultura (Funcultura), custa R$ 30,00 e pode ser adquirido durante o lançamento, no site da editora Pedregulho e no da loja virtual Livros por Lívia. O lançamento contará com a roda de conversa "Samba: Memória de Vitória", com o autor e Isaias Santana, integrante da velha guarda da Escola de Samba Unidos da Piedade, agremiação da qual Papo Furado é um dos fundadores, sendo também seu primeiro intérprete e, atualmente, intérprete de honra.

Leonardo Sá

Wagner relata que escreveu a biografia a convite do escritor Fabricio Fernandes, que quando estava escrevendo a biografia do cantor capixaba Aprigio Lyrio, juntou também materiais de pesquisa sobre Papo Furado. Entretanto, Fabricio sugeriu que Wagner escrevesse sobre o baluarte do samba, por achar que seria melhor que um autor negro fizesse isso. O livro, portanto, teve auxílio de pesquisa de Fabrício Fernandes, que também fez as entrevistas.

Assim nasceu um livro que, segundo o autor, fala de um "Papo Furado contador de histórias, griô, que preserva a ancestralidade negra e a história do povo negro". Para falar do baluarte do samba, afirma Wagner, é preciso falar do Congo, da origem dessa manifestação popular da qual Papo Furado participava ainda criança, tocando casaca com apenas cinco anos de idade e ouvindo suas tias cantarem Madalena do Jucu enquanto lavavam roupa, antes mesmo de a canção ganhar fama nacional na voz de Martinho da Vila.

Foi preciso, ainda, falar da trajetória da Serra, município onde o biografado nasceu, da memória da resistência negra nessa cidade e de como Papo Furando também faz parte dela. O livro resgata ainda a história do carnaval de Vitória, como os blocos carnavalescos e escolas de samba.

Aos dez anos de idade, Papo Furado foi morar nos morros ao redor do Centro de Vitória. Na adolescência, chegou a ser dançarino de rock, mas foi no samba que se encontrou, desde as batucadas que via quando criança e do bloco Amarra o Burro, até a fundação da Unidos da Piedade, primeira escola de samba capixaba, em 1955. A trajetória dele também foi registrada no documentário Anjo Preto, de Gui Castor, que reúne depoimentos e histórias dos amigos e parceiros que fazem parte do seu cotidiano.

Neste mês, Papo Furado foi homenageado durante a mostra "Samba que Eu Quero Ver", na praça João Clímaco, na Cidade Alta, Centro de Vitória, onde recebeu um troféu das mãos de um jovem casal de mestre-sala e porta- bandeira da Unidos da Piedade. Em 2023, a escola de samba Mocidade Serrana irá homenageá-lo contando sua vida no enredo "Sou anjo sim, sou anjo negro".

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