Mais: quem é Dona Laura; novo álbum; e oficina de fotografia
O single Escuta que vou contar, do cantor e compositor Lets, está disponível nas plataformas digitais, como Spotify, Apple Music, Deezer, Amazon Music, YouTube Music e Tik Tok. Nele, o artista homenageia Dona Laura Felizardo, considerada a matriarca do povo bantu no Espírito Santo e um dos mais importantes nomes da representatividade afro-capixaba.
A canção, informa Lets, fala do povo bantu, que é sua origem, e da cultura popular capixaba. O trabalho inicia a divulgação de seu primeiro álbum, com lançamento previsto para 1º de agosto. Segundo ele, a composição nasceu de um pedido feito pelo filho de Dona Laura Felizardo, o bailarino e coreógrafo Paulo Fernandes. Além disso, conta com suingue, groove, percussão, toques de capoeira e a pulsação do congo, entremeados pela voz do artista.
Dona Laura
A ideia do single é registrar a importância de uma das personalidades mais queridas do congo capixaba, uma vez que a família de Dona Laura é considerada uma das precursoras da manifestação folclórica no Estado, ao se instalar na região do Córrego do Feijão, em João Neiva, norte do Espírito Santo. A canção, porém, só veio a ser concluída após a morte da matriarca, em 2020, aos 92 anos. Pesquisas feitas por Paulo Fernandes apontam que foi o avô de Laura, Colodino Felizardo, que trouxe os ritmos do congo da África – Congo e Angola – para o Espírito Santo.
Participações especiais
O single conta com as participações especiais do músico percussionista Léo de Paula e da mãe de Lets, Celina Chaves, que recita um texto no meio da música. “Achei que ficaria bem ancestral a minha mãe falando sobre o Paulo e a mãe dele. Colocar duas mães pretas e dois filhos dessas mães numa mesma música representa um atravessamento ancestral de verdade. Tem gosto, tem cheiro, a gente sabe quem é, tem nome e sobrenome”, observa Lets.
Novo álbum
Escuta que vou contar é uma das 11 composições que estarão presentes no novo álbum de Lets, Esfera, que foi gravado no Estúdio A, em Vila Velha, com produção de André Daumas. Antes, no dia 17 de julho, o cantor disponibilizará nas plataformas digitais o segundo single do álbum, intitulado Nu.
Podcast
Juntamente com as ações de divulgação dos lançamentos musicais, Lets vai realizar uma série de cinco podcasts com artistas que admira e que considera referências em seus campos de atuação. Os episódios serão exibidos em formato de áudio a partir desta segunda-feira (30), sempre às segundas-feiras, ao meio-dia, em diferentes plataformas digitais. Entre os convidados estão a liderança religiosa da Cabula, Alufa Baralejian; a escritora Édiphon Souza; a vereadora Ana Paula Rocha (Vitória); o bailarino e coreógrafo Paulo Fernandes; e os músicos Ury Vieira e Dan Abranches.
Podcast II
“Durante os episódios, vamos abordar temas presentes nas canções selecionadas para o álbum, como as religiões afro-brasileiras, a luta das pessoas trans por equidade, a participação das mulheres pretas na política, a ancestralidade africana presente na cultura brasileira, e o desafio das pessoas trans para viver de música no Espírito Santo”, elenca Lets.
Início da carreira
Natural de Vitória, Lets iniciou a carreira com o nome de batismo, Letícia Chaves, com o qual obteve projeção em festivais de música, shows e mostras culturais. Entre outros eventos, participou da Feira Cultural LGBT (2018), Festival Prata da Casa (2019), Festival Criolando (2019), 5ª Mostra Sesc Glória (2020) e da 6ª Semana de Cidadania LGBTQIA+ – Casa Gold (2024).
Carreira autoral
O artista agora retoma a carreira autoral, repaginado como Lets, nome que considera mais adequado para expressar o seu olhar sobre a vida e a arte. “Neste momento, sinto-me à vontade para expressar a minha sexualidade e as pautas que carregam esse corpo, que é um corpo preto, LGBT, e que sempre caminha com alvo nas costas”, afirma. “Fazer esse disco e poder falar sobre tantos outros iguais a mim é dar voz a quem não tem voz”, pontua.
Oficinas para mulheres com baixa visão
A Associação Sociedade Cultura e Arte (Soca Brasil) está com inscrições abertas para as 10 vagas da oficina de fotografia “Um Outro Olhar”, voltada para mulheres com baixa visão, até o dia 10 de julho. As interessadas podem enviar mensagem pelo aplicativo WhatsApp, para o número (27) 99609-8181, e solicitar a participação. As atividades da oficina, que será às quintas-feiras, às 16h, acontecerão no Ponto de Cultura Soca Brasil, no bairro Santa Mônica Popular, em Vila Velha. O encerramento do projeto será no dia 31 de julho, quando haverá uma exposição em forma de varal e aberta ao público.
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