Mais: incentivo à leitura; graffiti e fotografia; economia criativa; e Auto de Natal
Há quatro anos, o produtor cultural David Rocha deu mais um posso importante em sua trajetória no ramo da cultura: inaugurou a Casa Thelema, em Praia Grande, Fundão, um desdobramento do Espaço Thelema, que funciona no Centro de Vitória há quase oito anos. A diferença em relação ao empreendimento criado na Capital é o fato de que, além de uma agenda cultural, a Casa Thelema oferece possibilidade de hospedagem de frente para o mar, no encontro com o rio Reis Magos.
O que era uma expectativa se tornou realidade e hoje a Casa Thelema se consolida como espaço cultural em Praia Grande, oferecendo uma agenda de atividades artísticas diversificada, gratuita e interativa. O espaço, multilinguagem, possibilita a democratização da cultura e, até mesmo, contribui para a geração de renda com foco em profissionais que atuam no setor, já que, embora a programação seja gratuita, os trabalhadores que a fazem acontecer são remunerados por meio de recursos de editais.
Ponto do livro
Uma das primeiras atividades da Casa Thelema, e que foi o chamariz para que as pessoas buscassem conhecer o espaço, foi o Ponto do Livro, que consiste na disponibilização de exemplares que podem ser pegos gratuitamente. Se puder, a pessoa também pode doar livros ao projeto, possibilitando uma troca. A iniciativa é uma parceria com o Ponto do Livro Vix, organizado pela produtora cultural Ruth Rangel, no Centro de Vitória. “As pessoas espontaneamente têm vindo, feito doações, o que permite a possibilidade de diálogo sobre o que é a Casa Thelema”, ressalta David.
Mostra fotográfica
Outros projetos foram criados. Um deles é o Cineclube Águas, por meio do qual foram realizadas oficinas de fotografia com celular, ministradas pela fotógrafa Thais Gobbo, que atua há mais de 10 anos na área, já participou da curadoria de 11 exposições em três estados brasileiros, e ministrou mais de 55 oficinas de fotografia e vídeo com celular. A oficina resultou na Mostra Olhares, que ficará aberta até 7 de fevereiro, das 10h às 20h, sempre aos sábados. As fotos também estão sendo expostas virtualmente, no perfil da Casa Thelema no Instagram. O projeto conta ainda com sessões de cineclube sempre no primeiro sábado de cada mês, às 19h, até fevereiro.
Mais oficina de fotografia
Uma nova oficina de fotografia com celular com a fotógrafa Thais Gobbo será realizada gratuitamente e está com inscrições abertas. Dessa vez, fará parte do projeto “Casa aberta: olhares plurais”. As inscrições estão abertas até a próxima segunda-feira (22), neste link. Para participar, é preciso ser “interessado no universo da fotografia” e ter no mínimo 16 anos. São 12 vagas disponíveis e cada participante vai ganhar uma bolsa de R$ 150,00 para fins de locomoção. A oficina será nos dias 17 e 18 de janeiro, à tarde, com duração de quatro horas.
Oficina de Graffiti
O “Casa Aberta: olhares plurais” conta também com oficina gratuita de técnica e pintura em spray, cujas inscrições também se encerram nesta segunda. Assim como a de fotografia, terá 12 vagas para pessoas a partir de 16 anos. A oficina terá como resultado a pintura de um painel. Os participantes serão convidados a explorar o território para transformar os objetos a partir da pintura. O que for produzido nas duas oficinas, ministradas por Marcelo Vuds, artista plástico e professor de Artes, será exposto em um evento aberto ao público, que contará com apresentações de Slam com artistas selecionados por meio de convocatória.
Terreiro Criativo
Ainda no primeiro semestre de 2026, a Casa Thelema dará início também ao projeto Terreiro Criativo, com foco na cultura preta e na economia criativa. As inscrições começam em fevereiro. Na programação constam duas oficinas: a de produção de mini casaca, com Tio Lu, e a de dança afro, com Danilo dos Anjos. Além disso, haverá duas apresentações musicais, uma de samba e outra de brasilidades, com artistas a confirmar.
Artesanato
Por meio do Território Criativo também será realizado um dia de atividades com expositores locais de artesanato. Para isso, será aberta uma convocatória para selecionar os interessados em participar. “Queremos fortalecer o trabalho dos artistas de Fundão, promover diálogo entre eles e potencializar o artesanato a partir da perspectiva afro”, aponta David. Esse fortalecimento também se dá entre os espaços culturais. David destaca a parceria com o Tambores da Esperança, de Vagner Esperança, que fica em Enseada das Garças. “Hoje Fundão tem esses dois espaços com programações culturais e um divulga o outro para as pessoas que vão visitá-los”, afirma.
Auto de Natal
Como o Natal está chegando, a coluna deixa uma dica para quem quer comemorar a data. Na próxima terça-feira (23), a partir das 19h, a praça da Barra do Jucu, em Vila Velha, será palco do espetáculo de Natal Auto dos Reis a Procura do Rei, do diretor Paulo de Paula e realizado pelo Museu Vivo da Barra do Jucu, com direção artística de Sebaba Rodrigues. O elenco é formado por moradores da comunidade, que atuam voluntariamente. A apresentação é gratuita.
Participações
Participam do Auto de Natal os corais Canta Barra, o da Fundação Carmem Lucia e o do bairro Ulisses Guimarães, sob a regência do maestro Wallas Silva Soares. Também participam a banda de congo mirim Tambor de Jacaranema e o grupo de Folia de Reis da Barra do Jucu. O espetáculo vai contar com mais apresentações de dança de Jordan Fernandes, chamada “Ecos da Liberdade”, e de Sania Bozzi Kumaira. Contribuem ainda para o espetáculo o maestro Sandro Gomes e alunos da oficina de flauta do Museu Vivo da Barra do Jucu, que vão interpretar canções de natal.
Até a próxima coluna e um feliz Natal!
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