Escola Pio XII, em Ecoporanga, foi criada em 1965 por padres combonianos
O Conselho Municipal de Cultura de Ecoporanga, no noroeste do Espírito Santo, realiza uma escuta online a respeito da demolição da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Ecoporanga (Pio XII), que fica na sede do município. A escola, construída em 1965, será demolida para a construção de uma nova no mesmo lugar, o que tem gerado questionamentos na comunidade, que a considera “patrimônio da memória coletiva do município”.

A enquete prossegue até esta terça-feira (19) e buscar saber quantos são favoráveis ou contra a demolição e o porquê. O presidente do Conselho, Gilmar Quedevez, afirma que o argumento para a demolição do imóvel é porque ele não se enquadra nos padrões atuais de segurança e acessibilidade. Contudo, aponta, ela fica localizada em um terreno de 8 mil m², por isso, uma proposta é que a escola não seja demolida e outra seja construída no mesmo terreno.
“Dá para trazer o novo sem desprezar o velho. Passado presente e futuro podem coexistir”, defende. Gilmar informa que, atualmente, no imóvel erguido em 1965 pelos padres combonianos, funciona a parte administrativa, pois com o passar do tempo, foram construídas salas na parte externa, onde hoje acontecem as aulas.
De acordo com ele, cerca de 70% da população da sede estudou ali e cerca de 50% de toda a população do município, já que muitas pessoas saíam da zona rural para lá. Gilmar relata que a decisão de demolir o imóvel se deu antes da rearticulação do Conselho Municipal de Cultura, há três meses. O conselheiro informa que a comunidade acionou o prefeito José Luiz Mendes (PSB) para levar a demanda de preservação do imóvel, sendo comunicada que representantes da gestão de Renato Casagrande (PSB) vão a Ecoporanga para dialogar com a comunidade, mas não foi estabelecida uma data.
A comunidade ainda não conversou diretamente com a Secretaria Estadual de Cultura (Secult). De acordo com Gilmar, foi feita uma conversa breve e informal com o secretário Fabricio Noronha, que chefia a pasta, em um evento do Governo do Estado na cidade. Contudo, caso a escuta online aponte que a maioria é contra a demolição, a ideia é acionar a secretaria para levar a demanda. “Todo local tem que manter sua memória. A gente não existe sem referência do passado. Manter a história viva é melhor para as futuras gerações entenderem como foi a nossa história, como chegamos até aqui”, diz Gilmar. De acordo com ele, com o tombamento histórico do imóvel, uma das sugestões é transformá-lo em museu, sala de memória ou em algum outro equipamento cultural.