Unidade, construída em 1965, é considerada patrimônio da memória coletiva do município
A consulta online feita pelo Conselho Municipal de Cultura de Ecoporanga, cidade do noroeste do Espírito Santo, apontou que os moradores não querem a demolição da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Ecoporanga (Pio XII), que fica na sede do município. Ao todo 466 participaram da consulta, divulgada nas redes sociais. Desse total, 427 foram contrários e 39 favoráveis à demolição.

A escola, construída em 1965, será demolida para a construção de uma nova no mesmo lugar, o que tem gerado questionamentos na comunidade, que a considera “patrimônio da memória coletiva do município”. O presidente do Conselho, Gilmar Quedevez, afirma que o argumento para a demolição do imóvel é porque ele não se enquadra nos padrões atuais de segurança e acessibilidade.
Contudo, aponta, ela fica localizada em um terreno de 8 mil m², por isso, uma proposta é que a escola não seja demolida e outra seja construída no mesmo terreno. Além disso, fazer o tombamento histórico do imóvel e transformá-lo em museu, sala de memória ou em algum outro equipamento cultural.
A enquete teve início na última quinta-feira (14) e findou nessa terça (19). Gilmar destaca que o prazo foi curto porque é preciso “ganhar tempo”, pois o processo licitatório para contratação da empresa que fará a obra já foi concluído. Apesar disso, ele acredita que a participação das pessoas foi significativa.
O resultado, afirma o conselheiro, já era esperado, considerando conversas informais feitas na cidade. Inclusive, antes da consulta online, algumas pessoas afirmaram saber que haveria obras na escola, mas não que o imóvel seria demolido. O próximo passo, informa Gilmar, é solicitar uma reunião com a Câmara Municipal, a comunidade escolar e a Secretaria Estadual de Cultura (Secult).
O colegiado também quer acionar a Secretaria Municipal de Educação para que a pasta possa intermediar diálogo com a pasta estadual (Sedu). “Quem sabe com força em conjunto possamos mudar a possibilidade de demolição?”, questiona Gilmar. Ele afirma que um vereador já se mostrou contrário à demolição, Izaias Ramos (PSB).