Quarta, 01 Mai 2024

Cultura hip hop: alternativa contra a violência

Cultura hip hop: alternativa contra a violência

 

“A nossa arma é a arte”, diz Izaque Hortencio, que não poupa palavras para descrever o projeto Boca a Boca, de que se orgulha de fazer parte. O projeto itinerante é realizado semanalmente em uma comunidade diferente da Grande Vitória. As ações se utilizam de diversos elementos da cultura hip hop para chamar a atenção dos jovens e proporcionar-lhes novas oportunidades.
 


Izaque conta que tudo começou porque os fundadores já pertenciam a esse universo, mas sentiam falta de eventos diferentes que suprissem a carência dos jovens de periferia. “Desde o início nosso desejo era passar uma mensagem aos jovens, dizer a eles que por meio da arte podemos mudar a realidade ao nosso redor e encontrar outras formas para viver melhor”, afirma o agente cultural.
 
O Boca a Boca já se tornou uma das maiores referências do hip hop capixaba ao levar arte, cultura e diversão para diversas comunidades. Além da música, o projeto também trabalha com grafite, B Boys e literatura, sempre com o objetivo de mostrar caminhos para os jovens expressarem seus pensamentos e opiniões. O programa também é uma forma de resgatar aqueles que acabam se envolvendo com a criminalidade.
 
“A cultura urbana é uma alternativa transformadora para os jovens mostrarem que tem força e voz”, diz Izaque. O Boca a Boca já passou por comunidades de Cariacica, Serra, Vila Velha e Viana. Toda a sexta-feira um local é escolhido e o grupo monta sua pequena estrutura formada por uma caixa de som portátil e muita animação. 
 
Nas comunidades eles desenvolvem ações como rodas de rima, exposição de poesia, batalha de MC’s e criam um ambiente agradável para fortalecer a amizade e a troca de conhecimentos.
 
A equipe trabalha com recursos próprios e também com parcerias, como a da marca de roupas Gueto Hip Hop, o Portal Yah e o site Dna Urbano, que ajudam na divulgação. O projeto faz parte do Instituto Tamo Junto, que trabalha com jovens e desenvolve intervenções urbanas.
 
As dificuldades são muitas e algumas vezes os integrantes do Boca a Boca precisam tirar dinheiro do próprio bolso, mas o grupo sempre tenta pensar soluções e contornar os problemas. 
 
“Hoje em dia é mais fácil conseguir apoio por causa do reconhecimento que o Boca a Boca foi conquistando ao longo do tempo. Garantimos um espaço no Centro de Referência da Juventude e recursos da Secretaria Estadual de Cultura”, conta Izaque. O projeto Boca a Boca foi contemplado no edital Estado Presente da Secult. 
 
“Para mim a importância do Boca a Boca vai além do conceito cultural. Eu mesmo mudei muito depois de participar do projeto e hoje percebo a arte como a principal ferramenta para a construção do caráter e alcançar os jovens”, diz Izaque, que vê em cada ação o poder transformador da arte.
 

Veja mais notícias sobre Cultura.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 02 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/