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Documentário aborda saberes e fazeres tradicionais de mestras do Espírito Santo

Mais: calendário de exibições; mural afroindígena em Guarapari; Orquestra de Cantores Cegos

Nesta terça-feira (10), às 19h30, no Cine Jardins, em Jardim da Penha, será lançado o documentário A Beleza Oculta no Poder Feminino, com direção geral de Dora Vergueiro. A obra, que dura 50 minutos, aborda os saberes e fazeres tradicionais em diferentes culturas, com destaque para 12 mulheres de três estados diferentes: Espírito Santo, Santa Catarina e  Ceará.

Divulgação

“São mulheres pertencentes aos povos originais, benzedeiras, parteiras, curandeiras, rendeiras, ou seja, mulheres que ganham a vida com o suor do rosto e a sabedoria transmitida oralmente, boca a boca”, diz a diretora. Ela ainda reitera o valor da obra em suscitar o poder contido na ancestralidade feminina e na oralidade como potência de transmissão e de reverberação de valores.

Mestras do Espírito Santo

O documentário traz as seguintes mestras da cultura popular capixaba: Doracy Vieira Gervasio, matriarca do Congo Tambor de Jacarenema, na Barra do Jucu; a benzedeira e curandeira Marione dos Santos, conhecida como Dona Ione; Dona Alda, ceramista e coordenadora do projeto social apoiado pelo Monge Daiju, do Mosteiro Zen Budista; e Dona Ivanilda, filha, neta e bisneta de Paneleiras.

Cronograma de apresentações

Além do lançamento no dia 10, o documentário será exibido na quarta-feira (11), às 14h, no campus do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), na Serra, e no Teatro Sônia Cabral, às 19h30, no Centro de Vitória. Na quinta-feira (12), às 14h, a exibição será no evento Sustentabilidade Brasil 2025, na Praça do Papa. O público também poderá apreciar a obra no domingo (15), às 17h, no Espaço Cultural Casa da Barra, na Barra do Jucu.

Mural afroindígena

A comunidade de pescadores de Porto Grande, em Guarapari, na Grande Vitória, ganhou um mural de mais de 200 m² de autoria do artista internacional multimídia Chris Barreto, do grafiteiro Starley Bonfim e de um jovem artista autodidata da própria comunidade, Wally Almeida. A iniciativa faz parte do projeto Origens, que busca refletir os saberes e fazeres das matriarcas e patriarcas locais, destacando suas raízes negras e indígenas. Outra proposta da iniciativa é chamar atenção para a importância da preservação ambiental. Além disso, a ideia é expandir o projeto para outras comunidades da região, entre elas a da Lagoa de Mãe-Bá. Os artistas também planejam realizar intercâmbios em outros países, como os Estados Unidos, onde Chris Barreto desenvolveu boa parte de sua trajetória nas artes.

O Começo

A ideia do projeto remonta à pandemia da Covid-19. Nesse período, depois de 25 anos nos Estados Unidos, Chris Barreto voltou ao Brasil e instalou um ateliê em Porto Grande. Ali, conheceu Wally de Almeida e começaram a planejar projetos juntos, incluindo Starley Bonfim, que já vinha desenvolvendo parcerias no local. Para os artistas, a ação de pintura é importante por causa da urbanização acelerada do entorno, que há cerca de uma década atrás vivia um clima semi-rural. Localizado entre a praia e a Lagoa Mãe-Bá, com população ribeirinha de fortes laços parentais, Porto Grande é um lugar de muita beleza natural mas também de forte cobiça imobiliária, que vem acelerando o processo de destruição da mata e poluição das águas.

Processo de trabalho

Starley relata as dificuldades enfrentadas durante o processo de trabalho. “Entre muito sol e muito chuva, a experiência têm sido enriquecedora, com desafios singulares que exigem muita concentração e esforço físico de nossa parte, mas nada que roube o brilho e a importância do que estamos materializando na comunidade, que por sinal têm nos dado uma resposta muito positiva em relação à obra. É legal ver a reação das crianças diante dos desenhos, tudo isso é muito inspirador”, relata.

Orquestra de cantores cegos

Divulgação

A Orquestra Brasileira de Cantores Cegos apresentará 35 canções da tradição oral brasileira nos dias 10 e 11 de junho, às 20h, no Teatro Universitário, localizado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória. O grupo formado por 16 cantores cegos — acompanhados pelo som de um piano de cauda — levará ao palco um conjunto de músicas de domínio público. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser solicitados através do site Le Billet. Cada pessoa pode retirar até dois ingressos. O evento é uma realização da Associação Sociedade Cultura e Arte (SOCA Brasil), em parceria com a Cia Poéticas da Cena Contemporânea e o Espaço Contêiner.

Repertório

O repertório da apresentação do dia 10 de junho conta com ritmos e tradições que incluem o congo do Espírito Santo, o bumba-meu-boi do Maranhão, o coco de Tebei de Tacaratu (PE), a cantiga de ninar do povo Mehinako, do Alto Xingu (MT), e um canto sagrado guarani da aldeia de Marak’anã (RJ).Também trará canções de trabalho da bata de feijão de Serra Preta (BA) e das destaladeiras de fumo de Arapiraca (AL).

Repertório II

No dia 11, farão parte do repertório cantigas tradicionais do Espírito Santo e de Pernambuco, canto das fiandeiras de algodão do Vale do Jequitinhonha (MG), cantiga das mulheres plantadeiras de arroz de Sergipe, um fandango do Vale do Ribeira (SP), um coco do Rio Grande do Norte e um coco de roda de Arapiraca (AL), um canto de mutirão de roça de Caxias (MA) e uma congada de Justinópolis (MG), além de cantigas da roda pisada e da bata do milho de Serra Preta (BA), uma canção da dança de pares da comunidade Kalunga de Cavalcanti (GO), e uma cantiga sagrada do povo indígena Guajajara (RJ) cantada em tupi.

Acessibilidade

As pessoas com deficiência podem enviar uma mensagem para o número de Whatsapp da organização, que é (27) 99609-8181, para reserva de ingressos e alinhamento sobre as condições de acolhimento durante a chegada ao local da apresentação e na acomodação para assistir ao espetáculo.

Até a próxima coluna!

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