Mais: equipe do livro; quem é Lorraine; e cinema em Santa Teresa e Ouro Preto
A escritora Lorraine Paixão lança, nesta quarta-feira (25), o livro de poesias quando o corpo treme. O evento será às 19h, na Quarta Poética, no Espaço Cultural Thelema, no Centro de Vitória, e contará com roda de conversa com a autora e a ilustradora Amanda Bromonschenkel, responsável pela capa e pelas demais ilustrações do livro, e mediação da produtora cultural Thalia Peçanha.

O livro, que será vendido por R$ 30,00, conta com poemas sáficos, ou seja, que falam de mulheres que amam outras mulheres, como as lésbicas, transexuais, bissexuais e pansexuais. O termo sáfico vem da poeta Safo, nascida em Lesbos, na Grécia, e que tinha como uma das temáticas de seus textos o amor que sentia por outras mulheres. De Lesbos, seu lugar de origem, veio a palavra lésbica.
Descoberta
O livro é uma compilação de poemas escritos entre 2012 e 2023. A organização das poesias, a estrutura e a ordem do livro foram realizadas em parceria com a publicitária Magalli de Souza Lima, que também assina o prefácio da obra. Lorraine explica que foi por volta de 2012 que ela começou a escrever, inclusive, sobre seu processo de descoberta como uma mulher lésbica.
Descoberta II
“Como lésbica, escrevi ao longo da minha juventude poesias registrando esses sentimentos e vivências da minha sexualidade. As descobertas, os amores, os dissabores, as histórias compartilhadas com outras mulheres que também amam mulheres. quando o corpo treme é um livro que registra em poesia essa trajetória”, descreve a autora.
Ilustrações
A obra conta ainda com 18 ilustrações inéditas produzidas pela artista visual Amanda Bromonschenkel. A criação das artes ocorreu após a ilustradora ler em primeira mão os poemas que compõem o livro, inspirando-se nos versos. Cada desenho nasceu da assimilação das poéticas presentes em quando o corpo treme.
Equipe de mulheres sáficas
Com o intuito de exercer na prática a representatividade da diversidade – com ênfase nas orientações sexuais LBP (Lésbicas, bissexuais e pansexuais) do movimento LGBTQIAPN+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexo, assexuais, pansexuais, não binários), Lorraine destaca que a equipe por trás da execução do livro é composta quase exclusivamente por mulheres sáficas. “De todas as pessoas envolvidas, somente o editor é um homem heterossexual. As demais são todas sáficas que toparam realizar o projeto comigo”, explica.
Sobre Lorraine

Lorraine Paixão nasceu no município da Serra, em 1993. Se afirma como mulher negra, favelada e sapatão, que “traça sua existência nas encruzilhadas da vida como jornalista, escritora e poeta”. É autora do livro de crônicas Desassossego: histórias e memórias do bairro Central Carapina e “enxerga na escrita não apenas um ofício, mas uma ponte para diálogos e transformação”.
Cinema em Santa Teresa

A 8ª edição do Festival de Cinema de Santa Teresa (FECSTA), na região serrana, já tem data marcada, de 31 de julho a 2 de agosto. O tema será “Dos Lumière à Inteligência Artificial”, com o intuito de provocar um debate sobre o futuro do cinema, tratando dos impactos da Inteligência Artificial na sétima arte. Todas as atividades nos três dias de festival serão presenciais e gratuitas, na quadra esportiva ao lado da rodoviária, no Centro de Santa Teresa.
Produção capixaba em Ouro Preto
O documentário Suá, a praia que sumiu, dirigido pela cineasta Thais Helena Leite, vai integrar a programação da 20ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP). O curta-metragem será exibido na sexta-feira (27), às 18h30, no tradicional Cine-Museu, na cidade histórica de Ouro Preto (MG). “Participar do CineOP é uma oportunidade de levar a história do Espírito Santo para outros mundos: um documentário em que a sua quase totalidade são imagens de arquivo para ser visto numa mostra onde cinema é patrimônio”, diz a cineasta sobre a obra.
Produção capixaba em Ouro Preto II
O filme resgata a memória da antiga praia do Suá, localizada em Vitória, que desapareceu em função das transformações urbanas e ambientais sofridas pela capital capixaba ao longo do século XX. Thais Helena Leite dá voz a moradores e utiliza arquivos que narram a história de um território apagado, mas ainda vivo na memória coletiva. A seleção na CineOP reforça a importância do curta-metragem no debate sobre patrimônio, pertencimento e memória urbana. Conhecida por destacar obras que tratam da preservação audiovisual e da educação patrimonial, a Mostra de Ouro Preto é um dos principais eventos do calendário nacional do cinema.
Até a próxima coluna!
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