Segunda, 29 Abril 2024

Exposição fotográfica destaca luta territorial indígena no Estado

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Lígia Sancio

Nesta terça-feira (19), às 15h, acontecerá a abertura da exposição fotográfica Um olhar sobre a luta territorial Tupinikim e Guarani no Espírito Santo, na Biblioteca Municipal de Vitória, localizada no Centro, Cidade Alta. Ficarão em exibição, até o início de março de 2024, 16 imagens registradas pela ativista e fotógrafa Lígia Sancio, entre 2005 e 2007, durante o processo de autodemarcação de terras indígenas em Aracruz, norte do Estado.

No mesmo dia, haverá um bate-papo com indígenas às 16h, que receberão em mãos um material digitalizado com mais de 100 fotografias e 30 horas de gravações em vídeo. Esse conteúdo se juntará ao acervo do Arquivo Público Estadual e será lançado, ainda, um e-book do catálogo digital do acervo, facilitando a busca pública pelas imagens.

"As ações fazem parte do "Projeto Olhar Milenar", iniciativa multimeios idealizada por Lígia Sancio, que visa apoiar a questão indígena através de ações em diferentes mídias". O material original, composto por negativos fotográficos em 35 milímetros e fitas em formato Mini-DV, estava guardado, e foi recuperado e digitalizado com recursos de um edital da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES). A coordenação e organização da iniciativa é da documentarista Monica Nitz, e Bárbara Tupinikim também atuou com Ligia na curadoria das imagens.

Na época dos movimentos de autodemarcação, Ligia, como profissional contratada pela Organização Não Governamental (ONG) Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), acompanhou a luta dos povos Tupinikim e Guarani, que resultou na demarcação e homologação de parte do seu território tradicional no norte do Espírito Santo, em 2010.

"Essas imagens foram utilizadas no momento da autodemarcação e depois em muitas publicações, e os negativos estavam guardados. Com o tempo, muitas fotos se perderam. Mas a necessidade de fazer a digitalização e a entrega do material aos indígenas era muito latente, muito pulsante", relata Ligia.

A fotógrafa comenta que os registros mostram as diversas instituições e lideranças que se juntaram aos indígenas na luta. "Teve muita gente envolvida. Muitos sindicatos, ONGs, professores, universitários, parlamentares. Foi um momento histórico justamente por conta de toda essa mobilização. A questão indígena se tornou um guarda-chuva para todos esses movimentos de luta por território e também de reconhecimento cultural", afirma.

O projeto contou com tratamento de fotografias realizado por Vitor Bermudes e normatização da Empresa Júnior de Arquivologia da Universidade Federal do Espírito Santo (GDI Jr./Ufes).

Textos do e-book

O e-book do catálogo digital conta com textos de Gislaine Nunes de Oliveira, mulher Tupinikim, e Maynõ Guarani Wera Tukübo, membro do núcleo audiovisual Kagwy Miri. Os dois se formaram, respectivamente, em Ciências e Humanidades e Educação Indígena pelo Programa de Licenciatura Intercultural Indígena da Ufes (Prolind/Ufes).

Também colaborou com texto Arlete M. Pinheiro Schubert, que atuou como assessora da Comissão de Caciques Tupinikim e Guarani no Espírito Santo (AITG). Ela é mestre em História e Cultura dos Povos Indígenas e doutora em Educação.

SERVIÇO

Exposição Um olhar sobre a luta territorial Tupinikim e Guarani no Espírito Santo

Abertura: terça-feira (19), às 15h

Visitação: gratuita, até 1º de março de 2024 (segunda a sexta-feira, 8h às 17h)

Local: Biblioteca Municipal Adelpho Poli Monjardim – Rua São Gonçalo, 23. Centro – Vitória. (Casarão Cerqueira Lima).

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