Mais: livros de Fabrício Fernandez; curta sobre Waldo Motta; e teatro em São Mateus
Estão abertas as inscrições, gratuitas, para o Laboratório de escritas para biografia, autobiografia e arqueologias desobedientes, que será no HUB ES+. Os interessados podem se inscrever neste link. Ministrado pelo jornalista e escritor Fabrício Fernandez, o laboratório acontecerá aos sábados, nos dias 19 e 26 de julho e nos dias 2, 9 e 16 de agosto, das 10h às 13h. De acordo com Fabrício, haverá a parte teórica, na qual será feita a leitura de um texto e uma discussão sobre ele, e a parte prática.

Durante o laboratório, serão utilizados trechos do longa-metragem Já visto, jamais visto, do cineasta italiano Andrea Tonacci, e do livro Vidas rebeldes, belos experimentos – histórias íntimas de meninas negras desordeiras, mulheres encrenqueiras e queers radicais, da escritora Saidiya Hartman. “É um laboratório que pode ser para jovem, adultos, idosos, pessoas de diferentes gêneros, sexualidades e raças. A escrita é universal”, diz Fabrício. O formato da atividade é híbrido, pois as pessoas poderão participar tanto presencialmente quanto virtualmente.
O que são arqueologias rebeldes?
Biografia e autobiografia todo mundo deve estar cansado de saber o que é. Mas o que são arqueologias, ainda mais desobedientes? Segundo Fabrício, arqueologias também se enquadram nos gêneros biografia e autobiografia, mas têm um método que se contrapõe às formas de gênero literário padrão, podendo ser, por exemplo, um roteiro ou diário. As arqueologias desobedientes são aquelas feitas a partir de “histórias de resistência, luta, de rebeldes, de pessoas que confrontam regimes e sistemas normativos”.
Livro sobre Milson Henriques
O laboratório é uma contrapartida social do projeto Diários subjetivos, notas e viagens do artista Milson Henriques, aprovado no Edital Nº 11/2024 – Seleção de Projetos de Literatura, Livro e Leitura no Espírito Santo, da Secretaria Estadual de Cultura (Secult/ES). O projeto contempla, além do laboratório, o lançamento, previsto para fevereiro de 2026, de um livro com as anotações de Milson Henriques em um bloco de notas, sobre viagens feitas à América do Norte, América Central, Europa e Ásia.
Trajetória

Fabricio Fernandez também é autor de Simplesmente Mercúrio Cromo, uma arqueologia do cantor, compositor e ensaísta de música Aprigio Lyrio, nascido em Vitória, que faleceu em 1983, aos 33 anos. Ele fez parte da banda Os Mamíferos, que fez muito sucesso no Espírito Santo nas décadas de 1960 e 1970. De acordo com o autor, muito do que se fala sobre Aprigio Lyrio é se ele de fato se matou ou não. Por isso, o escritor resolveu fazer uma arqueologia que mostrasse quem era Aprígio para além do seu momento final. Quanto ao questionamento sobre se ele se matou ou não, Fabrício afirma que não é possível saber e acredita que ninguém um dia terá essa resposta. Fabrício também é autor de Aprigio Lyrio – Ensaios 1975, com 100 ensaios sobre música que o artista publicou em A Gazeta em 1975.
Trajetória II

Fabrício também tem em sua trajetória um trabalho mais recente: o curta-metragem Waldo, sobre o poeta Waldo Motta, no qual é roteirista e divide a direção com Diego Nunes. A escolha do homenageado, afirma, é pelo fato de ele estar vivo e por se identificar com aquilo que o artista escreve, que tem como uma de suas marcas a escrita homoerótica. “Sou um homem gay e assumo essa identidade”, pontua.
Waldo no Festival de Cinema de Vitória
Waldo, inclusive, faz parte da programação da 32ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que acontece de 19 a 24 de julho, no Sesc Glória, no Centro de Vitória. O curta-metragem será exibido na segunda-feira (21), às 19h, na 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas. “Não sou cineasta, então é novidade para mim. É uma oportunidade de homenagear, no festival, um artista que não é do cinema, é da poesia, da literatura”, diz Fabrício.
Teatro em São Mateus

Começam neste sábado (12) as apresentações gratuitas do monólogo performático Palhaço travestido de molambo. Escrito e encenado pelo ator e dramaturgo Oscar Ferreira, a peça apresenta um velho e decadente palhaço mambembe, que por ser tão representado e modificado em cada encenação, se rebela contra o texto do autor e a interpretação do ator. Além da apresentação deste sábado, haverá, ainda, nos dias 9 e 27 de agosto, sempre às 19h, no Ponto de Cultura Belas Artes, no bairro Cacique.
Homero Massena aos finais de semana

O Museu Atelier Homero Massena, na Prainha de Vila Velha, que abriu de segunda a sexta, ampliou também para os sábados e domingos. O museu funciona, diariamente, das 8h30 às 17h30. Está instalado no imóvel onde o pintor Homero Massena viveu entre 1951 e 1974. Mineiro de Barbacena, morou em Vila Velha, onde retratou paisagens e cenas do cotidiano. O acervo reúne quadros, objetos pessoais e documentos.
Até a próxima coluna!
Email: [email protected]