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Inscrições abertas para o 7º Encontro Estadual de Cineclubes

Mais: livro sobre cineclubismo e cineclube e luta popular

Cineclubes de todo o Espírito Santo vão se reunir no 7º Encontro Estadual de Cineclubes, que acontece nos dias 11, 12 e 13 de julho, na Casa Caipora, no Centro de Vitória. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas até a próxima terça-feira (20) neste link. Realizado pela Organização dos Cineclubes Capixabas (OCCa), o evento tem como objetivo fazer com que os cineclubistas possam se conhecer melhor, dialogar e traçar planos conjuntos para o desenvolvimento da atividade cineclubista capixaba.

Divulgação

Estão previstos para o encontro momentos de debate, oficinas, grupos de trabalho e atividades culturais, como mostras de filmes e apresentações musicais. Além disso, será eleita a nova diretoria da OCCa. No 7º Encontro Estadual de Cineclubes, um dos destaques será o lançamento do livro A luta pelo cinema: memórias do cineclubismo no Espírito Santo, do jornalista e cineclubista Lucas Schuina, escrito a partir de um projeto que desenvolveu junto com Vitor Taveira, também jornalista e cineclubista, ambos repórteres de Século Diário. 

Livro

Divulgação

Lucas, que também faz parte da diretoria da OCCa, recorda que, no mestrado em Comunicação & Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), estudou o cineclubismo capixaba na pandemia e resgatou parte da história do movimento cineclubista no Espírito Santo. Paralelamente, a OCCa foi contemplada em um edital de Trajetória da Lei Aldir Blanc, por meio do qual foram feitos grupos de trabalho, como o de Memória. Assim, foi possível ter acesso a registros históricos.

Livro II

De acordo com Lucas, como a entidade gostaria de dar uma contribuição maior para o movimento cineclubista, Vitor Taveira propôs, em outro edital, a produção do livro, no qual foram utilizados registros em jornais, revistas, documentos, relatórios e obras bibliográficas. Também foram feitas entrevistas com cineclubistas de várias gerações. “No livro tem uma memória do cineclubismo capixaba desde os anos 1950, que foi o primeiro registro que a gente achou, até mais recentemente”, conta Lucas.

Cineclubismo no Espírito Santo

Lucas destaca que o movimento cineclubista capixaba “tem uma história riquíssima”, escrita por pessoas cuja atuação ultrapassou as fronteiras do Espírito Santo. Ele recorda que Claudino de Jesus, um dos mais antigos cineclubistas do Estado, foi presidente do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC) mais de uma vez e presidente da Federação Internacional de Cineclubes (Ficc).

Lutas do Povo

A trajetória do movimento cineclubista capixaba, segundo Lucas, se confunde com as lutas do povo, desde o período da ditadura militar até mais recentemente. Ele exemplifica com o fato de que, na ditadura, os cineclubes serviram para abrigar atividades político-sociais proibidas naquele contexto. Mais recentemente, a luta por acesso livre a conteúdos por meio das mídias digitais foi o debate trazido pelo Cine Falcatrua, no início dos anos 2000. O cineclube, um projeto de extensão do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), ganhou as páginas dos jornais do Brasil por exibir publicamente filmes baixados da internet.

Mobilização

Lucas informa que, no Espírito Santo, há cerca de 30 cineclubes. Para ele, o movimento cineclubista é fundamental para a luta por reconhecimento da atuação dos cineclubes individuais. “Se hoje ainda temos um edital público de cultura voltado para o cineclubismo, ainda que esteja cada dia mais esvaziado, isso se deve ao movimento cineclubista organizado, que lutou para que essa política de fomento existisse”, avalia. Além disso, afirma, o movimento cineclubista está sempre em conexão com outros movimentos sociais e culturais, fortalecendo a luta por direitos em vários âmbitos.

Holocausto Brasileiro

Divulgação/Netflix

Performance

Por falar em cineclube, neste domingo (18) o Cineclube Jece Valadão vai exibir o documentário Holocausto Brasileiro, que faz parte do projeto A loucura habita o cineclube. A sessão, que será no espaço Sessão 103, no Centro da cidade, a partir das 16h, faz alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, que celebra o movimento em defesa dos direitos das pessoas com sofrimento mental. Além da exibição do filme será realizada a performance Ciclo Sentidos, com a Cia Nós de Teatro.

Flávia Lopes

Na performance, uma única pessoa por vez é convidada a entrar em um espaço fechado, sem sapatos e com os olhos vendados, para experimentar sensações táteis e olfativas, sempre orientada por um guia. Ao final do percurso, a pessoa se senta em uma cadeira de frente para um performer, que também fica de olhos vendados, para o qual deve narrar uma história de sua própria vida. O objetivo da atividade é aguçar a sensibilidade para o extraordinário do dia a dia por meio de uma experiência interativa. Além da performance, acontecerá uma homenagem para Marco Antônio Reis, ator, dramaturgo, escritor, produtor cultural da Cia Nós de Teatro e parceiro do Cineclube Jece Valadão, que faleceu em abril.

O documentário

O documentário Holocausto Brasileiro é adaptação do livro homônimo escrito pela jornalista Daniela Arbex. A obra resgata o grande genocídio cometido contra os pacientes psiquiátricos do hospício de Barbacena, em Minas Gerais. A produção audiovisual também será exibida na próxima terça-feira (20), às 8h, para usuários e trabalhadores do Centro de Atenção Psicossocial II (Caps-II) de Cachoeiro de Itapemirim, também no espaço Sessão 103.

Até a próxima coluna!

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