Terça, 23 Abril 2024

Mestre do congo recebe doações para recuperar ferramentas roubadas em ateliê

mestre_domingos_Casaca_divulgacao Divulgação
No final de julho, Domingos Teixeira Marques foi surpreendido ao entrar em sua oficina de construção de instrumentos de congo em Guarapari. Na noite anterior, escalando um muro, ladrões entraram no ateliê e furtaram todas suas ferramentas para confecção de casacas, tambores, cuíca, surdo, bumbo, caixa. O prejuízo total foi de cerca de R$ 3,5 mil, entre plaina, circular de mão, martelos, chaves de fenda, tico tico, alicate de pressão, entre outros.

Ele fez boletim de ocorrência e postou um desabafo em suas redes sociais: "levaram TODAS as minhas ferramentas. Só não levaram minha fé e esperança de recomeçar", escreveu. "Acordar, ter trabalho para fazer e não ter uma ferramenta me deixou triste, mas sei que vou superar. 

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Logo vieram os primeiros gestos de solidariedade, com doações de um grupo de mestres de cultura popular de vários estados do Brasil e alguns amigos próximos, que ajudaram a comprar alguns dos instrumentos mais fundamentais e dar seguimento aos trabalhos que já havia começado.

Mestre Domingos é cria da Banda de Congo de São Benedito, de Serra Sede, da qual participa desde os 11 anos de idade, quando ela era comandada pelo falecido Mestre Antônio Rosa, um ícone do congo capixaba. Residindo há dois anos em Guarapari, ele ainda participa dos festejos há cada fim de ano com sua banda de origem em Serra Sede. Toca todo e qualquer instrumento, e desde jovem se interessou em aprender a produzi-los, o que faz até hoje de forma artesanal.

Como tantos brincantes, o congo é parte fundamental de sua vida. Morando em Guarapari ampliou a relação com bandas e comunidades quilombolas do município, que estão retomando atividades que haviam sido paralisadas, como Iguape, Taquara do Reino, Rio Claro e Mucambo. Além de produzir os instrumentos para essas bandas, ele também mantém ativa sua roda de congo, em formato mais compacto, na qual se apresenta quando convidado em eventos como o Sarau Ruínas, em Guarapari, ou em atividades do governo do Estado ou do Sebrae, geralmente colocando o público também para tomar os instrumentos e tocar.

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A vida como congueiro já tem mais de 50 anos e é por meio da arte de produzir os instrumentos que ele consegue ao mesmo tempo apoiar bandas e conseguir se sustento, expondo também seus produtos em diversas feiras de artesanato, nas quais contribui para colocar em evidência a cultura popular. "Seguirei com minha arte, pois a cultura e a arte não podem morrer".

Ainda na luta para recuperar o prejuízo e repor todas ferramentas, o Mestre Domingos continua recebendo contribuições solidárias de quem quiser doar dinheiro ou ferramentas para sua oficina. As informações seguem abaixo:

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