Mais: artistas e quem organiza; exposição no Mucane; e 21º Fenatevi
A Mostra Olhar Neurodiverso abrirá ao público a partir da próxima quinta-feira (16), na Biblioteca Pública Municipal Adelpho Poli Monjardim, na Cidade Alta, Centro de Vitória. A exposição é produzida pelo Coletivo Atipicamente, com a participação de nove artistas neurodivergentes, que vão expor 19 obras. A abertura será às 17h.

Com produção de Déborah Corrêa e curadoria de Angelica Reckel, a exposição apresenta pinturas, desenhos, esculturas e instalações de artistas que compartilham condições neurológicas como autismo, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e dislexia. Por meio das obras, os participantes do coletivo expressam seus sentimentos, ideias, valores e visões de mundo por meio das mais diversas linguagens.
Os artistas
Fazem parte da mostra os artistas Angelica Reckel, Gabi Cecile, Ilus, Larissa Azevedo, Mathias Cardeal, Mey Haruno, Max dos Santos, Yzá dos Santos e Rubens Barcellos. Entre as produções selecionadas, o público vai encontrar diferentes estilos pictóricos repletos de vivacidade, fluidez e originalidade. “Aqui, as telas e criações não são apenas arte: são vozes, sensações e gritos por reconhecimento”, afirma Angelica Reckel.
Variações naturais
O termo neurodivergente descreve indivíduos cujo funcionamento cerebral difere do que é considerado típico, reconhecendo essas diferenças como variações naturais e não como disfunções. “Dentro desse espectro estão o autismo, o TDAH, a dislexia e muitas outras formas de pensar e sentir. Cada uma carrega desafios, sim, mas também potenciais únicos. Reconhecer isso é desafiar o capacitismo – a ideia equivocada de que pessoas neurodivergentes têm menos capacidade”, aponta Angelica.
O coletivo
Idealizadora da mostra, a produtora cultural Déborah Corrêa criou o Coletivo Atipicamente com o objetivo de dar visibilidade a artistas neurodivergentes dentro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), levando obras do ambiente universitário para outros espaços expositivos, formais e não formais. “A ideia é dar voz a pessoas neurodivergentes para que, por meio das obras, elas falem como se sentem e como a sociedade as trata. Por essas pessoas não mostrarem deficiências aparentes, é mais difícil que a sociedade acredite nelas”, explica.
Apresentação musical

Entre os artistas selecionados para a mostra está Ilus, que vai realizar uma apresentação musical. Diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), Ilus propõe em sua obra um olhar sobre a realidade desse segmento da sociedade, sempre sob o prisma da equidade social e o respeito às diferenças. A exposição traz quatro obras de sua autoria produzidas com tinta acrílica sobre tela: Conexões, Abraçando a criança interior, Pássaros e Será que sou uma estrela no mar?.
O que diz?

De acordo com Ilus, cada obra fala de algo específico, mas de forma geral, de sua solidão, da dificuldade de se reconhecer nas pessoas, “da busca pela validação da minha história e de minha capacidade de criar um mundo que me contemple e contemple o que é importante para mim”.
Exposição no Mucane

Além da Mostra Olhar Neurodiverso, Angelica Reckel assina a curadoria da exposição Cores da Consciência, cuja abertura será na próxima terça-feira (14), no Museu Capixaba do Negro (Mucane). A exposição presta homenagem a mulheres negras que marcaram a história, a cultura e a luta por direitos no Brasil e no Espírito Santo. Além de obras de Angelica, o público poderá ver as de Aline Amaral, Gabriel Caetano Madeira e Rubens Barcellos.
As homenageadas
Entre as homenageadas estão Djamila Ribeiro, referência intelectual e ativista feminista; Elza Soares e Alcione, cantoras; Verônica de Pas, psiquiatra e idealizadora do Mucane; Dandara dos Palmares, símbolo de resistência contra a escravidão; Alcione, sambista; Marielle Franco, vereadora e defensora dos direitos humanos brutalmente assassinada em 2018; Maria Laurinda Adão, mestra do Caxambu Santa Cruz, na comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim; Dona Astrogilda, rainha do congo capixaba; e Elisa Lucinda e Carolina Maria de Jesus, escritoras.
Fenatevi

Começa nesta segunda-feira (13) e vai até o dia 21 de outubro, o Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória 21º Edição – Fenatevi 2025. A edição deste ano traz em sua programação 12 espetáculos nacionais, 12 capixabas e dois internacionais. Conta, ainda, com quatro espetáculos da Mostra Vera Viana, três da Mostra Estudantil, sete oficinas formativas, uma mesa de debate, dois lançamentos de livros e uma sessão especial do Cine em Cena – Documentário.
Fenatevi
A programação está dividida em diversos espaços culturais da Grande Vitória, como o Teatro Universitário da Ufes, Casa da Música Sônia Cabral, Teatro Sesc Glória, Teatro Sesi, Centro Cultural Frei Civitella, Teatro Municipal de Viana e Estação Cidadania e Cultura – Serra, Ponto de Cultura Uma Floresta, além de praças públicas.
Até a próxima coluna!
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