Muro da discórdia gera documentário indicado ao Oscar
Em 2005, uma pequena cidade na Cisjordânia foi dividida por um muro erguido pelo governo israelense. O argumento oficial era de proteger o povoado das redondezas de ataques palestinos, mas o “muro de proteção” era também uma forma de dividir Israel da Palestina.
Para proteger suas terras e tentar para a construção do muro, os colonos israelenses montaram um acampamento e uma cerca na área. Os invasores começam a expulsar os habitantes e protestos pacíficos passaram a ocorrer toda semana. Um dos agricultores, Emad Burnat, resolve filmar tudo com sua pequena câmera.
Emad registrou as bombas de gás lacrimogêneo, tiros de balas de borracha, prisões e atrocidades contra adultos e crianças. Durante os conflitos também filmou o crescimento de seu filho Gibreel e suas reações diante da violência. Foram cinco anos de gravações e cinco câmeras quebradas durante os confrontos.
As filmagens deram origem ao documentário Cinco Câmeras Quebradas, estreia do Cine Metrópolis. O cineasta e amigo de Emad, Guy Davidi, foi quem deu um fio condutor ao filme e escreveu a narração em off. Davidi também sugeriu que a história seria contada pelo ponto de vista do filho de Emad e que os capítulos seriam divididos pelas câmeras que ele utilizou.
Indicado ao Oscar 2013 de melhor documentário, a primeira exibição de Cinco Câmeras Quebradas em Ramallah, capital administrativa dos palestinos, foi aplaudida de pé. O filme também foi premiado no Festival de Jerusalém, na Coréia do Sul e no Sundance Festival 2012.
Serviço
Cinco Câmeras Quebradas (5 Broken Câmeras, Israel/França/Holanda, 2011, 94 minutos, Livre)
Cine Metropolis: 17h, 18h50, 20h40.
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