O carnaval da Jucutuquara e da MUG
Em verde, vermelho e branco, a literatura de Rubem Braga vai desfilar pela avenida. A escola Unidos de Jucutuquara (Vitória) preparou um samba-enredo especial para o centenário do cronista cachoeirense, que fez história valorizando as coisas simples do cotidiano.
A agremiação será a última a entrar no Sambão do Povo, neste sábado (2). O enredo A Centenária Noite do Sabiá da Crônica: entre Pássaros, Palavras, Chiquitas e Baianas faz referência ao apelido de Sabiá que Braga ganhou do amigo e também escritor Sergio Porto. A escolha do tema está sendo bem recebida pela comunidade e pelo público capixaba, que tem grande respeito e admiração pelo cronista.
Com 22 alas, cinco carros, um tripé e aproximadamente 1,5 mil componentes, a Jucutuquara vai reverenciar a temática da obra de Braga, que escreveu sobre infância, mar, mulheres, amigos, saudade, esperança, solidão e até mesmo a morte. O responsável por elaborar essa grande homenagem é o experiente e diversas vezes campeão Sury de Souza.
A escola de Vitória vai dedicar um carro somente aos parentes de Rubem Braga. Afonso Abreu vem representando o próprio escritor, acompanhado de sua irmã, Dona Rosinha e os irmãos de Afonso. A agremiação também levará para a Avenida a companheira inseparável de Braga, sua fiel e inquieta máquina de escrever.
Da capital secreta do mundo para Dunkerque, na França. A charmosa cidade será o tema da Mocidade Unida da Glória, a MUG de Vila Velha. A escola vai fazer os franceses sambarem com o enredo Oui Voilá le France! Mocidade Singra os Mares de Dunkerque. Merci Beacoup!. A escola é a quarta a desfilar no sábado (2).
O carnavalesco Petterson Alves visitou o território francês durante 40 dias para elaborar o enredo, na cidade ele teve apoio de historiadores, pesquisadores e dos habitantes da região, que lhe contaram tudo que ele queria saber sobre essa pequena parte da França. “Pude aprender muito nesse tempo e descobri muitas semelhanças entre Dunkerque e Vitória, porque ambas são cidades portuárias”, explica.
Encantado com tudo que viu, ele conta o que mais lhe chamou a atenção, “no desfile vamos abordar um fato que me marcou muito. Durkerque foi palco da II Guerra Mundial e foi bombardeada e destruída na época. Mas a cidade foi toda reconstruída e hoje está muito bonita e moderna”.
O último carro da MUG, chamado Apocalíptico, vai retratar esse momento triste da história, mas com uma abordagem diferente. “A mensagem que queremos passar é que depois do apocalipse pode haver o recomeço de uma nova vida a partir das cinzas”, fala o carnavalesco.
A agremiação e vai entrar na avenida com cerca de dois mil integrantes e cinco carros alegóricos para tentar conquistar seu quarto título. Além da comunidade de Vila Velha os franceses também vão entrar no Sambão do Povo.
O casal de porta-bandeira da MUG são franceses e serão acompanhados de 16 bailarinos da Academia de Balé. Haverá também uma ala para membros da comunidade da cidade de Dunkerque, em que a primeira-dama e o vice-prefeito franceses irão desfilar.
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