Sábado, 11 Mai 2024

O grupo Confraria de Teatro inicia temporada no Mucane

O grupo Confraria de Teatro inicia temporada no Mucane
A mãe quer o controle e a filha quer a liberdade. A mãe é tradição e a filha é rebeldia. Os conflitos entre gerações é a matéria-prima do espetáculo Mesas Falam e se Movem.  Esse é o primeiro espetáculo do Confraria de Teatro, que está em temporada no Museu Capixaba do Negro. O grupo vai se apresentar sempre às sextas, aos sábados e domingos. A temporada vai até o dia 29 de junho. 
 
O texto foi escrito pelo dramaturgo Ricardo Inhan e conta três histórias que debatem a questão da mudança de alguma situação desconfortante para as filhas ou para as mães. “Em cada parte uma personagem se coloca na situação de não aceitar essa mudança. Daí os conflitos começam a surgir, muitas das vezes imposto por um desejo de manter as regras, ou pelo desejo de amor excessivo, ou até por não querer ver a verdade dos fatos”, explica Luana Eva, uma das atrizes.
 
O Confraria de Teatro é formada por Dayane Lopes, Luana Eva, Ludmila Porto e Thiara Pagani. As atrizes já atuaram juntas em outros grupos teatrais por mais de 10 anos e esse é o primeiro projeto desta nova formação. As quatro se conheceram ainda quando eram estudantes na Fafi, mas só depois de alguns encontros pelos palcos que elas resolveram montar sua própria companhia.
 
Foi em setembro de 2012 que, juntas, começaram a sonhar com o primeiro espetáculo. Um ano depois foram contempladas pelo edital de residência de teatro da Secretaria de Estado da Cultura. O edital prevê um intercâmbio entre o grupo local e um diretor de fora do Espírito Santo. Para este projeto, o Confraria convidou o paulista Luiz Fernando Marques, diretor e um dos fundadores do Grupo XIX de Teatro. 
 
 
Luana conta que trabalhar com Luiz Fernando foi uma experiência que fortaleceu muito o grupo. “Ele abraçou nosso projeto e fez questão de participar de todas as etapas de produção da peça”, diz. Para Luana, o diretor está muito a frente de seu tempo e trouxe propostas ousadas para o grupo, “sua contribuição foi essencial para criarmos um trabalho muito profundo e objetivo. Foi uma honra trabalhar com ele”, declara.
 
Além dele, o Confraria uniu esforços com outros integrantes de fora do Estado, como o mineiro Ricardo Inhan, o qual escreveu o texto especialmente para a companhia. Já a preparação do elenco ficou por conta do paulista Paulo Arcuri, membro do Grupo Travessia de São Paulo.
 
Confraria de ideias 
 
Uma das pesquisas do grupo capixaba são espaços alternativos de teatro. Neste projeto, o local escolhido foi uma ala do Museu Capixaba do Negro. ”Nesse primeiro trabalho o coletivo partiu do ponto da afetividade com a cidade para montar a peça. Nós temos uma relação muito carinhosa com o Centro de Vitória”, explica Luana, que também conta que desde o começo o público procurou um local que fosse marcante dentro da cidade. 
 
Além da afetividade, o grupo também levou em conta a possibilidade de ter a plateia participando da cena e também a de fazer uma temporada extensa até o final de junho, o que não seria possível num teatro, devido as agendas dos locais.
 
O grupo também tem uma pesquisa que gira em torno da relação da peça e das atrizes com o espaço, o cenário, os figurinos, adereços e até a própria plateia. O cenário de Mesas Falam e se Movem é composto apenas por uma mesa e pequenos adereços, que escondem muitos segredos e surpresas reveladas durante a apresentação. 
 
“Quando estamos num teatro onde os atores estão no palco e a público sentado na plateia, essa relação, em alguns casos, acaba sendo mais "fria", pelo fato de a distância entre eles. No nosso caso, tudo é muito perto, a plateia senta-se à mesa junto com as atrizes e isso modifica muito as formas de interpretação e a forma como os atores se relacionam com o público”, explica Luana.
 
Exemplo dessa interação com o público são os ensaios abertos que o Confraria realizou antes da estreia, nesses momentos a participação da plateia era essencial, que ao final dos espetáculos sempre se manifestava com elogios e sugestões. “O Confraria precisava investigar as reações da plateia e como ela se comportava fora do teatro convencional. Nos ensaios nós conseguimos testar alguns elementos da peça e até mesmo sentir como seria esta relação”, diz Luana. 
 
Ao final de cada apresentação no Mucane, o grupo continua abrindo espaço para um bate-papo com a plateia, que tem se manifestado de maneira muito positiva. Luana acredita que trazer o público para dentro da cena faz com que as pessoas se sintam completamente envolvidas na história. 
 
Serviço
 
O grupo Confraria de Teatro apresenta o espetáculo Mesas Falam e se Movem durante as sexta-feiras, sábados e domingo até o dia 29 de junho. Na sexta as apresentações acontecem às 20h e nos demais dias às 19h30. A peça é encenada no Museu Capixaba do Negro, Verônica da Pas, no Centro de Vitória. Entrada: R$ 10 (inteira). É necessário fazer reservas no telefone (27) 99965-5195. Capacidade 24 pessoas.

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