Pó de Ser Emoriô lança primeiro disco com show gratuito no Carlos Gomes

“Emoriô deve ser uma palavra nagô / uma palavra de amor / um paladar”, inspirados pelos versos de Gilberto Gil, os compositores Thiago Perovano, Aline Hrasko, Yuri Guijansque e Emmanuel 7 Linhas se juntaram e deram origem ao Pó de Ser Emoriô. Um grupo que une quatro pessoas de ideologias, referências musicais e realidades sociais diferentes e que deixa toda essa pluralidade transparecer nas suas canções.

 

Esta terça-feira (18), o Pó de Ser Emoriô lança seu primeiro disco com um show no Theatro Carlos Gomes. O disco inicia uma nova fase para o grupo que começou a fazer música em 2011. “Um disco, uma obra, carrega um grande valor simbólico, que nos aproxima primeiramente da nossa própria criação e, claro, da forma de fazer música dos nossos mestres. Inicia-se assim outro processo, onde pretende-se entrar no panteon dessa riquíssima musicalidade brasileira e por que não do mundo”, diz Emmanuel, um dos cantores do grupo. 

 

O disco de estreia é fruto de um intenso processo de produção e traz muitos convidados especiais. Produzido pelo Professor Sérgio Benevenuto, o disco tem participação dos capixabas SILVA e Fepaschoal e mais uma trupe de artistas que inclui Zé Moreira, Pururu Mão no Couro (Roberto Mendes, Ivete Sangalo), Arthur Maia (Gilberto Gil), Jaguar e Gigi (Ivete Sangalo), Edu Szjainbrum (Marisa Monte, Gilberto Gil), dentre outros nomes de peso com excelência instrumental.

 

As 11 composições que estão no disco foram escolhidas de um repertório de 40 músicas. Emmanuel também conta que nesse show haverá uma canção mais recente, que surgiu do Thiago Perovano a partir de uma música já existente do Silva. “O dom da composição é uma perturbação, surgem ideias novas a todo o momento. O bom é que temos bastante material para um novo disco. Aliás, temos uma surpresa na manga guardada para depois do lançamento”, revela o cantor.

 

Mesmo sem focar a criação e experimentação musical para fins meramente comerciais e mercadológicos, o grupo Pó de Ser Emoriô já conquistou um público fiel antes mesmo do lançamento do disco. Mérito que se deve ao modo de produção atual do público, que se ancora nas redes sócias e na disponibilização de suas músicas online. “Mas dentre essas redes o mais importante foi a força dos amigos e amigas dentro do coletivo Los conquistadores del nada,  assim como a colaboração dos outros coletivos localizados em Vitória. Aqui só funciona assim, com cooperação”, destaca Emmanuel.

 

O compositor também comenta sobre as dificuldades de se produzir musica no estado. O Espírito Santo segrega a produção cultural local da nacional e mesmo com grandes empresas não há investimentos nos artistas capixabas, que ficam limitados a política de editais. “Com isso, ficamos muitas vezes diluídos nas micro ações, promovidas pelos coletivos culturais que colocam sangue, suor e dinheiro do próprio bolso para fazer os eventos”. 

 

Do ponto de vista artístico, o grupo almeja que a sua música leve à reflexão questões fundamentais à sociedade, como o amor, a liberdade, a fé como crença propagadora da esperança e da espiritualidade e o respeito. E para o show desta terça-feira (18), o público pode esperar muitas surpresas. Além da presença do Fepaschoal e do Zé Moreira, o grupo conta como uma equipe muito talentosa nos bastidores. A maquiagem da Thais Apolinário, o cenário e a iluminação do Cláudio Martani, e o Fernando Marques, diretor do Grupo Z, na direção cênica do show. “Esse show não vai ser nem um pouco parecido com os outros que fizemos, no que diz respeito à interpretação das músicas”, promete Emmauel.