Sexta, 10 Mai 2024

Um olhar não teatralizado sobre o aqui e agora

Um olhar não teatralizado sobre o aqui e agora

O artista de improviso fica tentado a utilizar artifícios em que tem certeza de que sua plateia será saciada, principalmente quando se depara com temas recorrentes em suas apresentações. Dessa maneira, além de improvisar, ele tem que ter a preocupação de se reinventar para não tornar monótono o espetáculo.

 
É com esse espírito que o Festival Internacional de Improvisação (Fimpro), chega a Vitória neste sábado (11) e domingo (12). O festival surgiu em Belo Horizonte em 2007 e, este ano, percorre seis capitais brasileiras, entre Sudeste, Norte e Nordeste. A intenção dos organizadores é promover a troca de experiências entre artistas locais e artistas convidados, e também levar a improvisação ao grande público.
 
Uma das atrações do festival é a Cia do Quintal, com o espetáculo Jogando no Quintal. O curioso é que a peça surgiu na casa de César Gouvêa, diretor e um dos criadores do Jogando no Quintal – Jogo de Improvisação de Palhaços
 
Improvisar, no teatro, não é necessariamente ser pego de surpresa. Para Cláudio Tebas, palhaço há 20 anos e membro da Cia do Quintal, o improviso às vezes é relacionado com uma produção que não é bem feita. “Normalmente, a palavra ‘improviso’ está associada a fazer as coisas de qualquer maneira. Mas é exatamente o contrário, só é capaz de improvisar quem realmente conhece o tema em questão”, conta.
 
A rua é um lugar que não permite Cláudio Tebas ficar acomodado. Ela é um espaço público, e como tal, é cheia de transeuntes. O simples fato de um cachorro ou um morador de rua interpelarem a ação do palhaço Olímpio, o próprio Tebas, é o que instiga o palhaço - que sempre joga improvisando, mesmo que dê errado.
 
Em Jogando no Quintal, temos um jogo de improvisação feito por palhaços-atletas com toda a ambientação de uma partida de futebol: hino, clube, placar, bandeiras, juiz, jogadores e torcida. O espetáculo é realizado por dois times, um árbitro e uma banda de músicos-palhaços, que cria sons e melodias ao vivo. 
 
O que faz o jogo ser tão especial é o fato de todas as cenas serem criadas na hora por meio de temas sorteados ou sugeridos pela plateia, o que faz de cada partida do espetáculo um evento único. 
 


O Fimpro também dialoga com outros países: companhias da Espanha e Argentina participam do festival. Em Vitória, a Impromadri Teatro apresenta o espetáculo Corten 2.0 – uma mescla de dramaturgia e música, além da inserção de novas tecnologias.
 
A companhia espanhola é conhecida por analisar técnicas de improvisação dentro do teatro. Ignacio López, Ignacio Soriano e Jorge Rueda se dedicam a Impromadri há mais de dez anos e são responsáveis pela produção do único festival internacional de improvisação realizado na Espanha, o Festim.
 
Assim como o futebol, a prática não faz desmerecer o improviso. Improvisar é uma questão de aguçar a técnica. É isso que o Festival Internacional de Improvisação quer demonstrar em Vitória.
 
Serviço
O Festival Internacional de Improvisação acontece neste sábado (11), às 20h, e domingo (12), às 19h, no Teatro Carlos Gomes. Praça Costa Pereira, Centro, Vitória. No sábado será apresentado Jogando no Quintal. No domingo, Corten 2.0. Entrada franca. É preciso, no entanto, retirar senha. Informações: (27) 3132-8398.

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