Seis episódios reúnem depoimentos dos pioneiros do movimento, como Cesar MC
A websérie Slam ES: a Historiografia, um registro inédito sobre a trajetória do movimento do slam no Espírito Santo, desde a sua chegada, em 2015, até os dias atuais, será lançada neste sábado (13), às 18 horas, no Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane), no Centro de Vitória, e no canal do coletivo Xamego no YouTube, idealizador do projeto.
Serão ao todo seis episódios lançados semanalmente, reunindo depoimentos dos pioneiros do movimento no Espírito Santo, dos campeões estaduais de slam – Cesar MC (2017), Ira (2018 e 2023), Filipe Rocha (2019), Julia Ramos (2020), ADM (2021), Santz (2022) e Adrielly (2024) – e das comunidades que mantêm a cena pulsante.
A ideia do registro audiovisual, explica João Martins, cofundador do Xamego e idealizador da websérie, nasceu da urgência de preservar essa memória: “Temos pouquíssimos registros em audiovisual sobre os eventos de slam que acontecem, e a falta de referência faz com que alguns acontecimentos importantes acabem caindo no esquecimento”, diz.
Para ele, o mais importante de websérie é “resgatar a história para que as próximas gerações do slam capixaba tenham em quem se inspirar e continuem escrevendo um novo capítulo dessa trajetória, sem esquecer do que já foi conquistado com luta e suor por quem veio antes”.
Entre os poetas ouvidos está Filipe Rocha, campeão estadual em 2019 e também cofundador do Xamego. Ele descreve a experiência como um “mergulho no tempo”. “Reviver através do documentário os anos em que participei das batalhas de poesia foi como abrir um álbum de memórias que guardo com muito carinho. Cada verso, cada aplauso e cada encontro nesses palcos fez parte de uma caminhada que me transformou”, ressaltou.
Filipe acredita que a websérie representa um marco que reafirma para o país que a poesia capixaba tem força, tem identidade e merece ser lembrada. “Ver esse registro nascer me emociona, porque não é só a minha história que está sendo contada, mas a história de todo um movimento que resiste, que dá voz a tantos poetas e que fortalece a cultura capixaba”, exalta.
Marcos Oliveira, também cofundador do coletivo, reforça o papel histórico e político da produção. “Esse é um resgate histórico que nunca tinha sido feito antes. O slam é poesia, é movimento político, mas também é memória viva. E ao decidir registrar a caminhada percorrida, nós estamos dizendo que a palavra falada na periferia também constrói história. Essa websérie vai impactar em cenário nacional, não só por valorizar quem abriu caminhos e fez o slam resistir aqui, mas também por inspirar novas gerações a entenderem que fazem parte de algo maior. O slam não é só competição: é resistência, é arte, é coletivo. Registrar isso é fincar um pé no presente para que o futuro saiba de onde veio”, enfatiza.
No Mucane, a programação segue até o dia 21 de outubro, com exibições presenciais todas as semanas. Já na plataforma digital, os episódios estarão disponíveis sempre aos sábados, também às 18h.
A produção audiovisual foi viabilizada por meio do Edital Nº 04/2023, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e conta também com apoio do Edital Nº 04/2024, da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória (Semc), por meio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), que garante a exibição dos episódios no Mucane.
