Sexta, 29 Março 2024

'A realidade está na escola, não podemos fugir dela'

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As escolas têm se deparado com uma realidade nova, que é o aumento do número de crianças e adolescentes trans, entretanto, não está preparada para lidar com ela, conforme relata a professora e integrante do Mães pela Diversidade, um coletivo de mães que busca fortalecer e lutar contra os preconceitos vividos pelos filhos que fazem parte da comunidade LGBTQIA+. Para ela, falta compreensão sobre o tema e acolhimento. "A realidade está na escola, não podemos fugir dela", defende.

Divulgação

Com o aumento da presença de estudantes trans no ambiente escolar, segundo Mônica, há interesse por parte de muitos alunos em saber mais sobre o assunto, mas isso muitas vezes esbarra no preconceito por parte do colégio. Além disso, os professores que tentam debater o assunto temem o fato de serem constantemente vigiados. "Ao tentar explicar o que é transexualidade, falar da questão do respeito à diversidade, os docentes são acusados por muitas famílias de estarem incentivando seus filhos a serem transexuais", afirma.

A resistência da escola vem, por exemplo, quando profissionais se recusam a chamar o estudante pelo nome social. "Alguns nem sabem o que é nome social, outros sabem, mas não querem respeitar a escolha do aluno. Em alguns casos, questionam a família para saber se podem ou não chamar, o que nem sempre é bem-vindo pelos familiares", lamenta.

Mônica defende a realização de formações para profissionais da educação sobre respeito à diversidade, abordando, por exemplo, as diferenças entre orientação sexual e identidade de gênero, e explicar cada letra da sigla LGBTQIA+. Isso deve ser feito, de acordo com a professora, principalmente nas escolas de ensino fundamental do Espírito Santo, já que as de nível estadual estão mais avançadas nessa questão. Assim, acredita Mônica, a escola se torna um ambiente mais acolhedor, principalmente para aqueles que não encontram esse acolhimento em casa e vão buscá-lo na unidade de ensino.

'A escola do meu filho é uma em mil'

A professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Laura Ribeiro da Silveira, é mãe de Thales Silveira Thebaldi, um menino trans de 12 anos. A realidade de seu filho no colégio é diferente da narrada por Mônica, mas Laura reconhece que a escola do filho "é uma em mil". O garoto se revelou trans aos 11 anos, quando comunicou o fato à família e foi questionado sobre o que sabia a respeito do assunto. "Ele disse saber o suficiente para compreender que não se identifica com aquele corpo", recorda Laura.
Acervo pessoal

Sua iniciativa, afirma a mãe, foi buscar se informar para ajudar a criança. A decisão de Thales foi fazer a transição, processo que está em curso. Além de apoiar essa decisão, a professora contatou o diretor da escola onde o filho estudava, cujo diretor afirmou não ter outro caso na escola, mas que iria se informar sobre o tema e que "estava do lado da criança, que tinha seu apoio e proteção". Os professores, segundo Laura, receberam bem a notícia dada pelo diretor, bem como os estudantes e suas famílias.

"Thales era tímido, depois disso ficou mais extrovertido, se socializa mais com as outras crianças. Tínhamos preocupação, quando tinha festa de aniversário de algum colega, por exemplo, se a família aceitaria, mas sempre que conversamos com os familiares dos amigos deles, falam que o Thales é muito querido", relata.

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Comentários: 3

Gildo Lyone Antunes de Oliveira em Segunda, 06 Junho 2022 07:46

Concordo com a professora Mônica que defende a realização de formações para profissionais da educação sobre respeito à diversidade, abordando, por exemplo, as diferenças entre orientação sexual e identidade de gênero, e explicar cada letra da sigla LGBTQIA+.... certamente ela deve ter participado e incentivado as colegas da categoria a também participarem das inúmeras formações sobre a temática realizadas pelo sindiupes, que inclusive constituiu um coletivo de diversidade, que organizou o 4ºwebnário promovido sindicato com o tema: Cidadania LGBTQIA+ na educação pública e na sociedade.

Concordo com a professora Mônica que defende a realização de formações para profissionais da educação sobre respeito à diversidade, abordando, por exemplo, as diferenças entre orientação sexual e identidade de gênero, e explicar cada letra da sigla LGBTQIA+.... certamente ela deve ter participado e incentivado as colegas da categoria a também participarem das inúmeras formações sobre a temática realizadas pelo sindiupes, que inclusive constituiu um coletivo de diversidade, que organizou o 4ºwebnário promovido sindicato com o tema: Cidadania LGBTQIA+ na educação pública e na sociedade.
fernando ambrosio em Segunda, 06 Junho 2022 08:32

Esse é o legado petista/psolista...

Esse é o legado petista/psolista...
Chakal em Sábado, 30 Julho 2022 17:18

O que isso tem de útil na vida de uma criança ou adolescente? . Sempre se soube oque é isso não é nenhuma novidade . Palhaçada ... É mais fácil colocar o alfabeto inteiro . O número tem aumentado mesmo por incentivo desde cedo dessa geração 2000 em diante ... A criança ou adolescente é obrigado a se adequar sendo que são totalmente influenciados pela mídia e demais meios . Tem que haver resistência mesmo dos pais e mais professores pedagogos . Não tem nada haver com preconceito e sim com liberdade . Sempre foi ensinado nas escolas o que deveria ser ensinado na escolas e demais assuntos era de total responsabilidade dos pais .

O que isso tem de útil na vida de uma criança ou adolescente? . Sempre se soube oque é isso não é nenhuma novidade . Palhaçada ... É mais fácil colocar o alfabeto inteiro . O número tem aumentado mesmo por incentivo desde cedo dessa geração 2000 em diante ... A criança ou adolescente é obrigado a se adequar sendo que são totalmente influenciados pela mídia e demais meios . Tem que haver resistência mesmo dos pais e mais professores pedagogos . Não tem nada haver com preconceito e sim com liberdade . Sempre foi ensinado nas escolas o que deveria ser ensinado na escolas e demais assuntos era de total responsabilidade dos pais .
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