Benefício de R$ 2 mil da gestão Pazolini foi aprovado, mas sindicato cobra valorização

“O abono vem com o intuito de mascarar as ações de sucateamento e perseguição aos servidores da Capital”. Essa é a avaliação de Waleska Timoteo, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória (Sindsmuvi), sobre o abono de R$ 2 mil a ser concedido pela gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) aos trabalhadores do Poder Executivo de Vitória.
O benefício extraordinária de fim de ano foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Vitória em sessão realizada nesta segunda-feira (8). O valor é maior do que o do ano passado, de R$ 1,5 mil, mas inferior ao que foi concedido para os funcionários públicos do Poder Legislativo, de R$ 3 mil.
“Esse valor vem para criar um movimento de agitação entre os servidores, até porque muitos estão endividados, devido à falta de políticas de valorização. Mas, como exemplo de sucateamento e perseguição, temos o caso dos assistentes de Educação Infantil efetivos, que, neste momento, estão sendo obrigados a sair dos seus postos de trabalho, a escolher outros locais, porque a prefeitura deixa as vagas para os funcionários contratados”, afirma Waleska.
De acordo com o projeto de lei 606/2025, serão beneficiados 17,6 mil servidores ativos e inativos, ao custo total de R$ 35,3 milhões. O abono inclui servidores efetivos; empregados públicos; conselheiros tutelares; contratados por tempo determinado; secretários municipais; comissionados; e profissionais cedidos à Prefeitura de Vitória.
O bônus será estendido a aposentados e pensionistas que estavam nessa condição em 30 de novembro de 2025. O benefício não será incorporado aos vencimentos, e o servidor que acumular cargo ou emprego público terá direito a um único bônus.
Não terão direito ao abono os servidores que tiveram, em 2025, faltas injustificadas, penalidade disciplinar prevista no Estatuto dos Servidores Municipais, ou prisão. Também não terá direito quem estava afastado em 30 de novembro em razão de: licença para trato de interesse particular; cessão para outros órgãos externos ao Poder Executivo de Vitória; exercício de mandato eletivo.
Votação
O projeto de lei entrou no sistema da Câmara nesta segunda, sendo aprovado em “urgência urgentíssima”. Foram 18 votos favoráveis: Aloísio Varejão (PSB), Ana Paula Rocha (Psol), André Brandino (Podemos), Armandinho Fontoura (PL), Baiano do Salão (Podemos), Bruno Malias (PSB), Camilo Neves (PP), Dalto Neves (SDD), Dárcio Bracarense (PL), Davi Esmael (Republicanos), João Flávio (MDB), Leonardo Monjardim (Novo), Luiz Paulo Amorim (PV), Mara Maroca (PP), Maurício Leite (PRD), Pedro Trés (PSB), Professor Jocelino (PT) e Raniery Ferreira (PT).
Luiz Emanuel (Republicanos) não registrou voto, apesar de ter dado parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça. Anderson Goggi (Republicanos) não votou por ser o presidente, e Aylton Dadalto (Republicanos) foi o único parlamentar ausente.
Apesar de votarem a favor, Professor Jocelino e Ana Paula Rocha cobraram da gestão do prefeito Lorenzo Pazolini políticas de valorização real dos servidores. Anderson Goggi, por sua vez, brincou com o fato de Davi Esmael ter votado a favor do abono “pela primeira vez”, e Esmael justificou dizendo que recebeu um “pedido muito especial” dos professores, guardas municipais e agentes de combate a endemias.

