Quinta, 16 Mai 2024

Acidente na Aracruz (Fibria) expõe precariedade de equipamentos no pátio de madeira

Uma área com grande volume de problemas técnicos no pátio de madeiras da Aracruz Celulose (atual Fibria), em Aracruz, no norte do Estado, voltou a provocar risco à vida dos trabalhadores. Segundo denúncia do Sindicato dos Trabalhadores Papeleiros e Químicos do Estado (Sinticel), no dia 1 de maio, uma ponte rolante disparou e os sistemas de segurança não funcionaram. 

 
De acordo com a denúncia, as pontes rolantes estão apresentando disparos repentinos, se movimentando sem o comando dos operadores, as portas estão caindo e os freios não funcionam. Além disso, há problemas nos trilhos e nem mesmo a chave de emergência está funcionando. 
 
O problema já vem se estendendo há vários meses e o sindicato oficiou a Fibria em 10 de abril deste ano. A resposta da empresa foi que os equipamentos não apresentavam problemas. 
 
Segundo o diretor do Sinticel, Aloir Rodrigues da Conceição, os equipamentos do pátio de madeiras estão sem condições de uso. Apesar de não ficarem muitas pessoas próximas ao equipamento que apresentou problemas no início do mês, ainda assim existem trabalhadores que circulam pela área, como motoristas e sinalizadores. 
 
Ele disse ainda que, por se tratarem de equipamentos caros, a empresa se recusa a fazer a troca. 
 
Outro problema apontado por Aloir é o afundamento do terreno, provocado pelas muitas toneladas de madeira depositadas no pátio. Ele conta que, apesar do piso estar acidentado, a empresa vem preenchendo os buracos com brita. 
 
Acidente  
 
Em setembro de 2012 trabalhador Wescley Oliveira ficou preso da cintura para baixo dentro de um equipamento da correia transportadora de toras para a picagem de madeira. Ele teve bacia e pernas esmagadas e esperou por socorro do Corpo de Bombeiros e do Samu por mais de uma hora. Depois de resgatado, foi transferido para o hospital Metropolitano, na Serra, onde passou por cirurgia que durou mais de três horas. 
 
Aloir conta que dias depois do acidente com Wescley, perto do equipamento em que ele sofreu o acidente, outro trabalhador fez uma manobra errada. A empresa, então, afastou esse trabalhador e, dias depois foi demitido. O sindicalista ressalta que a demissão foi feita sem critério e explica que o trabalhador poderia ter passado por um treinamento ou ter recebido orientação em detrimento da demissão.   
 
Ainda nesta semana, representantes do Sinticel devem comparecer ao Ministério Público do Trabalho para discutir os problemas dos equipamentos do pátio de madeiras e o acidente ocorrido com Wescley em 2012.

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