Quinta, 28 Março 2024

Audiência pública vai debater problema da população de rua em Vitória

Após ler reportagem publicada em Século Diário nesse domingo (24) – “Mantenha a cidade limpa” -, o vereador e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vitória, Wanderson Marinho (PRP), ficou preocupado com as declarações da coordenadora do Movimento Nacional de População em Situação de Rua no Espírito Santo (MNPR/ES), Rosângela Nascimento. 

 
A reportagem, que quis ampliar a discussão sobre a proposta de abordagem à população de rua que está sendo adotada pela Prefeitura de Vitória, ouviu a coordenadora do MNPR, que também já foi moradora de rua e usuária de drogas e, portanto, conhece bem a realidade desse segmento. “Estão exigindo que o prefeito retire. Só que essas pessoas têm que ser acolhidas, porque o que tem que ser retirado é o lixo. Nós somos uma parcela que está vivendo uma situação de extrema vulnerabilidade. Mas se o prefeito não admite, não aceita, é omissão do município, do Estado”, disse Rosângela. 
 
Ela denunciou que as abordagens aos moradores de rua sempre foram violentas. “Eles falam em abordagem e direitos humanos. Não é direitos humanos você mandar a pessoa levantar, mandar a pessoa sair e se a pessoa não sair, dar tapa na cara, chute”, protestou. 
 
O vereador concorda com a militante sobre a visão distorcida de alguns segmentos da sociedade em relação à população em situação de rua. “É por isso que estou propondo a audiência pública. É preciso entender que existem vários tipos de pessoas na rua, com demandas diferentes”. 
 
Marinho afirmou que não adianta fazer abordagens com a Polícia Militar e agentes da Guarda Municipal e sair “varrendo o problema”. Ele defende que a abordagem seja feita por equipes multidisciplinares, como também afirmou uma das personagens da reportagem, a psicanalista e psicóloga Marcela Serrat Freire. “A gente sabe que hoje as abordagens só têm sido feitas com a Guarda Municipal. Não tem uma equipe multidisciplinar, não tem uma equipe intersetorial”, queixou-se. 
 
Marcela também criticou a internação compulsória. “A minha preocupação hoje com a internação compulsória, com essa varredura da cidade, é reafirmar esse lugar que ele já se colocar, um lugar despotencializado”, pondera. 
 
O vereador, que também se disse contrário à internação compulsória, acrescentou que pretende produzir um documento a partir da audiência pública que será entregue ao prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS) e ao governo do Estado. Marinho informou que irá convidar a coordenadora do MNPR, Rosângela Nascimento, para participar da audiência. 

Veja mais notícias sobre Direitos.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 28 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/