Sexta, 19 Abril 2024

'Com as novas declarações de Bolsonaro, vontade de fazer greve é maior'

greve_sindipetro_divulgacao Divulgação

A reunião do Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) foi remarcada para esta sexta-feira (12), para disponibilizar mais tempo de diálogo dos sindicatos com as bases sobre a possibilidade de deflagrar uma paralisação. "Com as novas declarações de Bolsonaro, nossa vontade de fazer greve é maior", ressalta o coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES).

Ele se refere ao fato de que, nessa sábado (6), após uma motociata no Paraná, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar que o governo federal estuda formas de privatizar a Petrobras, dizendo que almeja "se livrar" da estatal.

Antes, tanto Bolsonaro quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, já haviam falado da possibilidade de privatização da Petrobras. Segundo a FUP, "eles preparam, a portas fechadas, um projeto de lei que autoriza a União a entregar ao mercado financeiro as ações que ainda restam sob controle do Estado brasileiro. Ou seja, para acelerar a privatização da maior empresa nacional, o governo Bolsonaro quer alterar a Constituição, com o aval da Câmara e do Senado, como está fazendo com os Correios e como já fez com o Sistema Eletrobrás".

O adiamento da reunião do Conselho Deliberativo da FUP, que seria na última sexta-feira (5), foi necessário porque alguns sindicatos, a exemplo de entidades localizadas nos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais, não conseguiram realizar as setoriais, ou seja, o diálogo com os trabalhadores sobre a possibilidade de uma greve da categoria. O impedimento foi devido à necessidade de realização de assembleias sobre mudanças de escala impostas pela Petrobras em algumas localidades. E
ntretanto, afirma Valnísio Hoffmann, não se trata de um enfraquecimento do movimento grevista.

No Espírito Santo, foi possível realizar as setoriais, que ocorreram em Linhares e Aracruz, no norte do Estado, e com petroleiros embarcados, em Vitória. Nessas atividades, segundo Hoffmann, foi perceptível que os petroleiros capixabas "estão com sangue nos olhos e vontade de defender a Petrobras e o povo". Essa realidade, afirma, não é diferente em petroleiros de outros estados.

Hoffmann acredita que a paralisação será aprovada no Conselho. A partir daí, serão realizadas assembleias nos estados, culminando na aprovação do que o Sindipetro/ES acredita que será a maior greve da história da categoria petroleira no Brasil.

Além das declarações de Bolsonaro, outra motivação para a paralisação é a política de preços do combustível, que é atrelada ao dólar, além do lucro acumulado da Petrobras em 2021, divulgado em 28 de outubro, que foi de R$ 75,1 bilhões. Desse total, cerca de R$ 60 bilhões serão destinados para acionistas. "A divulgação do lucro mostra que a Petrobras tem beneficiado empresas estrangeiras e os acionistas, em detrimento do povo", destaca Hoffmann.

O coordenador do sindicato critica ainda que, apesar do lucro bilionário, a Petrobras estuda a possibilidade de destinar somente R$ 300 milhões para um programa de subsídio de gás de cozinha para pessoas em vulnerabilidade social.

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Comentários: 1

Seu Madruga em Segunda, 08 Novembro 2021 15:30

Privatiza tudo, presidente.

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