Sábado, 18 Mai 2024

Dois políticos capixabas receberam doação de campanha de pessoas incluídas na Lista Suja do trabalho escravo

O jornal eletrônico Repórter Brasil fez  um levantamento que mapeou todos os candidatos e partidos beneficiados por pessoas e empresas flagradas explorando mão de obra análoga à escrava entre os anos de 2002 e 2012. O levantamento foi feito a partir do cruzamento de dados do Cadastro de Empregadores flagrados com trabalho Escravo, conhecido como Lista Suja, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e as informações de doadores de campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 
 
De acordo com o levantamento, candidatos do Estado receberam, no total, R$ 17.639 entre os anos de 2004 e 2008. O candidato a vereador do município de Marechal Floriano, na região serrana, Donato de Souza Alencar (PT) recebeu R$ 67 de Antônio Raimundo de Alencar, pecuarista do Maranhão, incluído na Lista Suja. 
 
No entanto, as doações mais vultosas foram feitas por Luiz Carlos Brioschi, incluído na Lista Suja em dezembro de 2011, depois de terem sido libertados 20 trabalhadores da fazenda de cultivo de café de sua propriedade. Brioschi doou R$ 12.328 ao Comitê Financeiro Municipal do PSDB de Jaguaré, no norte do Estado, em 2004. 
 
Em 2008, Luiz Carlos Brioschi doou R$ 5.244 ao então candidato Evilázio Altoé, que venceu a eleição para prefeito naquele ano. Em 2010, Evilázio Altoé teve o mandato cassado por suspeita de compra de votos, o que levou à realização de eleições extemporâneas no município Jaguaré.
 
Lista Suja e políticos   
 
Atualmente oito empregadores do Estado estão incluídos da Lista Suja do MTE. Na atualização de dezembro de 2012 foi incluído no cadastro o Complexo Agroindustrial Pindobas, de propriedade do deputado federal Camilo Cola (PMDB), localizada em Brejetuba, no sul do Estado. Da fazenda Pindobas IV foram libertados 22 trabalhadores que faziam o corte e tombamento de pinus. 
 
Eles foram aliciados no município de Ipanema, no interior de Minas Gerais, e conduzidos à fazenda com intermediários, conhecidos popularmente como “gatos”. As carteiras de trabalho deles ficaram retidas em Minas Gerais e a situação de todos estava irregular. Os alojamentos dos trabalhadores também eram muito precários, sujeitando-os a uma situação extremamente degradante e os salários chegavam a ficar 45 dias atrasados. Dentre os trabalhadores, havia acidentados e pessoas com transtornos mentais.

Veja mais notícias sobre Direitos.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Domingo, 19 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/