Sábado, 27 Abril 2024

Entregadores por aplicativo farão protesto nesta sexta-feira em Vitória e na Serra

entregador_ifood_FotoRovenaRosaAgenciaBrasil Rovena Rosa/ABr

Entregadores que prestam serviço para o Ifood realizarão uma manifestação na próxima sexta-feira (1) em dois municípios da Região Metropolitana: Serra e Vitória. Eles reivindicam melhores condições de trabalho, perpassando por questões como mais possibilidade de ganho financeiro e segurança. No dia do protesto, os trabalhadores prometem paralisar as atividades das 15h às 22h.

A manifestação tem início às 15h, na praça de Colina de Laranjeiras, na Serra, onde os trabalhadores farão a concentração para seguir em motociata até o Shopping Mestre Álvaro, em Eurico Salles, no mesmo município. De lá, uma parte dos manifestantes seguirá rumo ao Shopping Vitória, na Enseada do Suá. Em ambos os centros comerciais, irão fazer piquete para impossibilitar as coletas de encomendas por parte dos entregadores. Não haverá restrições à entrada de funcionários do shopping e clientes.

Paulo Henrique França, uma das lideranças do movimento, que é independente, explica que uma das reivindicações é a construção de um ponto de apoio do Ifood com local para o motoboy esquentar a comida e utilizar o banheiro. De acordo com ele, algumas sugestões de local para isso são André Carloni, na Serra, e Camburi, na Capital, por serem lugares acessíveis aos motoboys que moram em ambos municípios.

Outra reivindicação é o aumento da taxa mínima de recebimento de R$ 6,48 para R$ 10,00. Além disso, os trabalhadores pleiteiam shoppings com hub, ou seja, um espaço com funcionários que possam pegar as encomendas nos estabelecimentos para entregar aos motoboys. Paulo afirma que, hoje, os trabalhadores têm que deixar a moto sozinha, sem nenhuma vigilância, do lado de fora do estacionamento e ir até o estabelecimento pegar a encomenda, o que é um trajeto longo. Eles temem que, nesse intervalo de tempo, a moto seja roubada.

Os motoboys também querem mudanças no que diz respeito ao pagamento da rota de devolução, que é o trajeto de retorno ao estabelecimento comercial para devolver o produto em caso de o cliente não ser encontrado. A reivindicação é que o valor seja o mesmo pago para o trajeto feito na tentativa de entrega. Contudo, segundo Carlos, o montante pago remonta a cerca de 50% desse valor.

Em caso de cancelamento do pedido caso o motoboy já esteja a caminho da entrega, o trabalhador não recebe nada, mas os entregadores defendem o direito de receber o valor estipulado. Paulo aponta, ainda, que outra reivindicação é o fim da punição por rejeição de corrida, já que, dependendo do horário e do local onde o cliente está situado, o motoboy algumas vezes recusa a corrida por questão de segurança. Se isso se repetir por quatro vezes, o trabalhador fica 15 minutos sem receber nenhuma chamada para entrega.

Outra reivindicação que tem como preocupação a questão da segurança é a redução do tempo de espera para falar com o suporte do Ifood. Paulo explica que quando o cliente não aparece para buscar o produto, o motoboy entra em contato com o suporte para que o cliente seja acionado pela empresa. O trabalhador pode contatar o suporte somente após sete minutos de espera, período que almejam que seja reduzido para três, já que, em alguns lugares, consideram perigoso esperar por muito tempo.

Uma das empresas que mais atendem pedidos por meio do Ifood no Espírito Santo é o McDonalds, como informa Paulo. A reivindicação dos trabalhadores é que, nas entregas em que há pedido de refrigerante, a bebida seja em lata, não no copo, pois o líquido derrama, gerando insatisfação aos clientes, que acabam, muitas vezes, avaliando de forma negativa o entregador. Com avaliações ruins, o trabalhador tem menos corridas direcionadas para ele, explica Paulo.

Não é a primeira vez que os motoristas de aplicativo realizam manifestações no Espírito Santo. Em fevereiro de 2022, trabalhadores que fazem entrega pelo Ifood realizaram uma paralisação, durante um final de semana. Eles não fizeram entregas de delivery e realizaram protestos pelas ruas da Capital para reivindicar melhores condições de trabalho. A concentração foi em frente à Academia Ponto 1, na Praia do Canto, com paradas no Shopping Vitória, Mc Donald's, Burger King e Master Place, esses três últimos, situados na avenida Reta da Penha.

Esses locais foram escolhidos por serem os que mais recebem pedidos por meio da plataforma digital. Em cada ponto, os trabalhadores mobilizaram colegas para a adesão ao movimento. Em 2020, houve uma paralisação nacional da categoria no mês de julho, que teve adesão no Espírito Santo. Na ocasião foi realizado um ato em Vitória com concentração na Praça dos Namorados, de onde seguiram até a Assembleia Legislativa.

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