Sexta, 03 Mai 2024

Estudo aponta que negros têm maior risco de serem assassinados

Estudo aponta que negros têm maior risco de serem assassinados
A Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República encomendou ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) o estudo Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade, que teve versão preliminar divulgada nesta sexta-feira (9). De acordo como levantamento, no País, jovens negros têm 2,6 mais chances de morrer do que jovens brancos. 
 
No Espírito Santo, a realidade é ainda mais grave do que o cenário nacional. No Estado, um jovem negro tem 5,9 mais chances de ser vítima de homicídio do que um jovem branco. Esse índice põe o Estado na quinta posição no ranking nacional.
 
O estudo também ressalta que o Estado tem a maior taxa de homicídios de jovens negros registrada entre os demais da região Sudeste, com 126,1 mortes por grupo de 100 mil habitantes, seguido por do Rio de Janeiro (71,3) e de Minas Gerais (57,3). São Paulo apresenta a menor taxa da região, registrando 30,9 homicídios de jovens negros por 100 mil em 2012, que é o ano-base do levantamento. Ainda assim, naquele estado, a taxa de homicídios entre jovens negros é 49,1% superior à taxa de homicídios entre jovens brancos.
 
O Índice também aponta que houve aumento na taxa de homicídios de jovens negros e diminuição na de jovens brancos, no comparativo entre os anos de 2007 e 2012. Segundo o estudo, em 2007 foi registrada taxa de 23,2 mortes de jovens brancos por 100 mil e em 2012 foram 21,3 por 100 mil. 
 
Já entre jovens negros, a taxa saiu de 109,4 em 2007 e passou para 126,1 mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes em 2012 - a segunda mais alta do País. Em 2007 o risco de um jovem negro ser morto era 4,7 vezes maior do que um jovem branco, mas em 2012 este risco passou a ser 5,9 vezes maior. 
 
No Estado, entidades do Movimento Negro, como o Fórum Estadual da Juventude Negra (Fejunes), denunciam sistematicamente o extermínio desta parcela da população. 
 
Em 2014, o tema da VII Marcha contra o Extermínio da Juventude Negra foi “Parem de nos Matar”, denunciando a ação ou omissão do Estado diante do extermínio da juventude negra. O ato realizado em 20 de novembro, em alusão do Dia da Consciência Negra, reuniu centenas de pessoas que denunciaram o racismo ainda presente no cotidiano dos jovens negros do Estado. 
 
De acordo com o Mapa da Violência 2014 – os Jovens do Brasil, os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil e atingem especialmente jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos.
 
Se no País a maioria dos jovens mortos é jovem, no Estado a realidade é ainda mais impressionante. Em 2012 (ano base para o estudo), foram vítimas de homicídio do Estado 981 jovens. Destes, 892 eram negros, o que corresponde a 90,2% dos homicídios naquele ano. Segundo o Mapa, taxa de homicídios de jovens negros em 2012 foi de 155 mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes, índice de guerra civil. No mesmo ano, a taxa de homicídios de jovens brancos foi de 23,6 por 100 mil.   
 
 
  

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