Terça, 07 Mai 2024

Gerardo Mondragon volta a atacar em clínica para dependentes químicos

Gerardo Mondragon volta a atacar em clínica para dependentes químicos
Um relatório de funcionários da clínica de recuperação de dependentes químicos Provida denuncia o uso indiscriminado de medicamentos controlados que estariam sendo ministrados aos pacientes. As altas dosagens, segundo a denúncia, são determinadas pelo proprietário da clínica, o ex-frei colombiano Gerardo Mandragón. 
 
Mondrágon é fundador e ex-residente da Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis). Em 2012, ele foi preso na Operação Pixote, acusado de desviar mais de R$ 32 milhões dos cofres públicos estaduais no esquema operado com servidores do Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases). 
 
As informações foram publicadas nesta segunda-feira (17), com exclusividade, no Blog do Elimar Côrtes. Segundo o Blog, a denúncia foi entregue à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A Secretaria de Estado de Segurança também teria conhecimento sobre o caso pelo Disque Denúncia. 
 
Os funcionários denunciam que Mandragon estaria exercendo ilegalmente a profissão de médico, já que é o colombiano interfere nas prescrições dos medicamentos. Uma ex-funcionária ouvida pelo Blog contou que Mondragon manda os técnicos de enfermagem misturarem “altas dosagens” de Haldol com Fernegan para aplicar nos pacientes. “Ele chega nas clínicas sempre pela manhã e já manda os técnicos de enfermagem aplicarem injeção de Haldol com Fernergan nos meninos e meninas. Chega com uma receita, dizendo se tratar da recomendação de um psiquiatra. Mondragon determinava aos enfermeiros a aumentarem a dose. Quando sua ordem é questionada, ele responde: ‘Quem manda aqui sou eu'”.
 
Ainda, segundo a denúncia, a posologia indicado por Gerardo Mondragón deixa os pacientes sonolentos e sem disposição para desenvolverem qualquer tipo de atividade. “Fica até difícil fazermos o tratamento terapêutico adequado, porque os jovens estão sempre lerdos e sonolentos. De fato, eles perderam a vontade de viver. Isso por causa dos medicamentos”, relatou outro funcionário ao Blog. 
 
Mondragon, com a ajuda de sua sócia, costuma enviar relatórios dos pacientes à Justiça para justificar o prolongamento da internação. Nesses relatórios, de acordo com a denúncia,  Mandragon e a sócia fazem um laudo aterrorizador do paciente. Diziam que o interno apresenta graves psicopatias que podem pôr em risco a vida dele e da sociedade. Sensibilizados, os juízes acabavam determinando a manutenção da internação.
 
Com a prorrogação da internação, o ex-frei colombiano retarda a alta para ganhar mais dinheiro com diárias, já que as clínicas de recuperação, segundo a denúncia, recebem repasses per capita por dia de internação. O valor da diária por paciente seria próximo de R$ 380.
 
Segundo o Blog do Elimar, o colombiano, por meio de sócios “laranjas”, estaria controlando duas unidades. Uma em Jacaraípe, na Serra; e outra em Meaípe, em Guarapari. 
 
Os pacientes chegam à clínica por determinação judicial. O Ministério Público pede a internação do adolescente alegando que ele está em risco social. O juiz analisa o pedido e, geralmente, encaminha o jovem para tratamento. O juiz, considerando que o dependente normalmente não tem recursos para arcar com as despesas, determina que o Estado ou o município pague a conta fazendo os devidos repasses à clínica.
 
Irregularidades
 
No início da noite desta segunda (17), a Secretaria de Estado da Saúde se manifestou sobre as denúncias contra a Clínica Provida. Segundo a nota, a unidade de Jacaraípe, na Serra, foi fechada por apresentar irregularidades. A Sesa nforma que segue determinação da Justiça para compra de vagas na Clínica Provida e que a unidade não é conveniada ao SUS.
 
A nota informa ainda qye que por meio de auditoria um relatório foi produzido e enviado para o Ministério Público Estadual e Poder Judiciário, quando a clínica funcionava no município de Serra.  A unidade foi fechada e os pacientes encaminhados para nova sede em Guarapari (Meaípe).
 
Uma nova visita de inspeção sanitária em parceria com o município de Guarapari foi realizada na atual clínica, e um novo relatório será encaminhado para o Ministério Público Estadual e Poder Judiciário.
 
A nota não detalha o teor do relatório, mas confirma que a clínica de Guarapari também não poderia estar funcionando.

Veja mais notícias sobre Direitos.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Terça, 07 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/