Quinta, 02 Mai 2024

Governo do Estado instala programa Juventude Viva

Governo do Estado instala programa Juventude Viva
O Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra, o Juventude Viva, foi instalado na manhã desta sexta-feira (2), no Palácio Anchieta, com a presença de autoridades do governo federal, de quem parte a iniciativa do projeto, e estadual. A solenidade de abertura também teve protesto de movimentos sociais que se opunham à violência praticada contra estudantes em protestos de rua. 
 
A solenidade foi aberta pela secretária nacional de Juventude, Severine Macedo. Ela ressaltou que o movimento negro vem denunciando há anos o que chama de genocídio contra a juventude negra e também propõe ações para reduzir a vulnerabilidade desta parcela da população.  
 
A secretária mostrou dados do Ministério da Saúde apontando que, em 2011, o País teve mais de 52 mil vítimas de homicídios, sendo cerca de 27 jovens. Dos jovens mortos naquele ano, 71,4% eram negros. Atualmente, dois jovens são mortos no Brasil por hora, o que equivale, em comparação, à queda de dois aviões por semana, com 70% dos ocupantes negros. 
 
Severine ressaltou que é preciso tirar o olhar naturalizado do racismo e que é necessário o enfrentamento, tanto institucional quanto no dia a dia, com ampliação do diálogo. Ela também apontou que é preciso reverter o alto grau de letalidade policial, dizendo que existem matérias no parlamento – como o projeto de lei 4471/12, que propõe o fim dos autos de resistência – que têm este fim. 
 
Ao fim da exposição, Severine parabenizou o padre Kélder Brandão pela coragem em celebrar uma missa diante do corpo de Sérgio Rodrigues dos Santos, assassinato no bairro São Pedro, momentos antes do início da procissão de Ramos, em 13 de abril; e lembrou do episódio do linchamento do adolescente Alailton Ferreira, de 17 anos, ocorrido no dia 6 de abril por um grupo de moradores do bairro Vista da Serra II, na Serra. O adolescente, que tinha problemas mentais, morreu dias depois das agressões no hospital Jayme Santos Neves. Ele fora acusado, sem comprovação, de ter estuprado uma menina e de ter tentado roubar uma moto.  
 
Já a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, lembrou que o tempo que decorreu entre as conversas com o governo estadual e implementação do Juventude Viva no Estado foi necessário para produzir os resultados que esperam. “Sem estrutura, o Estado não cria condições para evitar as consequências perversas que a discriminação causa na vida das pessoas”, disse ela. 
 
Ela acrescentou que o programa tem como tarefa prevenir o homicídio entre a juventude negra, mas também trabalhar para reverter as imagens negativas que atingem a população negra, principalmente a juvenil. 
 
A representante do Fórum Estadual da Juventude Negra (Fejunes), Neiriele Marques, ressaltou que a entidade está feliz pela implementação do programa, mas não há o que se comemorar, já que o Juventude Negra só está sendo instalado no Estado por conta dos altos índices de homicídios. De acordo com o Mapa da Violência 2013, o Espírito Santo é o segundo mais violento do País para jovens negros, com taxa de 144,6 mortes violentas para cada grupo de 100 mil habitantes. 
 
Quando o governador Renato Casagrande iniciou o discurso, houve um protesto de membros da União da Juventude Socialista (UJS). Ele ressaltou que o combate ao crime é um papel de todas as secretarias, que tiveram de fazer programas para o Estado Presente. O governador disse ainda que o atual governo abriu o diálogo com os movimentos sociais e criou mecanismos de inclusão com base em conversas com as entidades. 

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