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Greve geral de servidores tem adesão em autarquias do Estado

Sindicato aguarda nova sinalização do governo Casagrande sobre reivindicações

Rodrigo Zaca/Governo ES

Servidores da base do funcionalismo do Estado iniciaram uma greve nessa terça-feira (7), e assim seguem por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Servidores do Estado (Sindipublicos), a gestão do governador Renato Casagrande (PSB) ainda não deu sinais sobre o agendamento de uma nova reunião para discutir as reivindicações.

De acordo com o Sindipublicos, a adesão à greve já alcança servidores de pelo menos cinco autarquias e órgãos estaduais. O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) tiveram o funcionamento reduzido ao mínimo possível, 30% das atividades.

No caso do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), o funcionamento foi reduzido a cerca de 50%, segundo o Sindipublicos. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e o Departamento de Edificações e Rodovias (DER) também diminuíram as atividades, mas, até a tarde desta quarta-feira (8), o sindicato ainda estava verificando o percentual de adesão nesses órgãos e nas demais repartições do Executivo estadual.

“Não efetivamos paralisação total porque a lei não nos permite, e também porque sabemos que é importante a garantia da continuidade dos serviços essenciais”, ressalta Renata Setúbal, presidente do Sindipúblicos.

Sindipúblicos

Ela reforça ainda que o sindicato está atento a eventuais denúncias de assédio moral a quem aderir à greve. Por enquanto, foi registrado apenas um caso no Iema, relacionado a um pedido para assinatura de lista de presença fora do ponto eletrônico – o que o sindicato não classifica como uma tentativa direta de assédio, mas como uma possível coação indireta.

A principal reivindicação dos servidores é a reestruturação das carreiras, que tem sido defendida como instrumento para corrigir a defasagem salarial apontada como superior a 50% pelos servidores, por meio de reajustes que poderiam recuperar até 30% desse deficit. Segundo Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos (Sindipúblicos), a implementação da proposta teria um impacto estimado de apenas 1% na folha de pagamento do Espírito Santo.

Uma reunião entre o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço (MDB), e a direção do Sindipúblicos, realizada nessa segunda-feira (6), terminou sem avanços nas negociações sobre a pauta prioritária. A entidade cobra há meses uma contraproposta da gestão, sem êxito.

No mesmo dia do início da greve, duas categorias do topo do funcionalismo foram contempladas com reajustes. A Assembleia Legislativa aprovou dois projetos, contemplando reivindicações de delegados da Polícia Civil e auditores fiscais da Receita Estadual, respectivamente.

Apesar dos avanços para os delegados, os policiais civis do Espírito Santo também aguardam resposta da gestão de Renato Casagrande quanto à implementação da Lei nº 14.735/2023, a Lei Orgânica Nacional da categoria. A reivindicação foi exposta em uma mesa de negociação realizada no dia 30 de setembro, quando o governo se comprometeu a analisar o pedido, mas não deu um prazo para responder aos servidores.

Os peritos do Espírito Santo também deram início à “Operação Compromisso Zero”, que remete ao que apontam como falta de compromisso da gestão estadual com a categoria. Com a decisão, os trabalhadores passarão a não realizar atividades extras, que extrapolem a jornada de trabalho. A iniciativa é mais uma forma de reivindicar respostas da gestão de Renato Casagrande quanto ao estatuto e a tabela de subsídio da categoria, que afirma ser a Perícia mais mal remunerada do Brasil.

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