O ponto de partida do Grito deste ano foi escolhido por se tratar de uma região periférica, nas proximidades de bairros como Ilha do Príncipe e Morro do Quadro. Já o ponto de chegada, por ser a sede do governo estadual. O tema do Grito é
Giovani alerta que o Território do Bem, em Vitória, tem sido "perseguido pela Polícia Militar (PM)". De acordo com ele, é frequente a ação da corporação na região, tendo como resultado a morte de jovens e adolescentes, "com a desculpa de que são traficantes ou usavam armas". "Muitas vezes ficam forjando, criando cenas. Quando a morte acontece, dizem que os jovens partiram para cima da polícia, mas ao conversar com a comunidade, ela relata que a polícia chega atirando, preparada para o massacre", diz.
Para Giovani, o fato de Casagrande não se pronunciar diante disso e manter Ramalho à frente da secretaria, faz dele alguém que "compactua com essa realidade". O coordenador do Fórum Igrejas e Sociedade em Ação diz ainda que o governador "fala muito, mas não cumpre com suas promessas", referindo-se ao fato de não ter colocado em prática o Pacto Pelo Espírito Santo do Amanhã, assinado nas últimas eleições, e que conta com 13 reivindicações elencadas pelos movimentos sociais.
No início deste mês, os movimentos concluíram que não havia possibilidade de diálogo com a gestão estadual, pois, após ser questionado sobre o que havia sido aplicado até então do Pacto, o Governo do Estado não deu nenhuma informação.
Giovani elenca outras reivindicações que serão levadas para as ruas no 7 de setembro. "Temos fome de comida para a população em situação de rua. Temos sede de diálogo, temos sede de água encanada. Em muitos morros da Grande Vitória, os moradores chegam a ficar um mês sem água, mas o Estado não supre as necessidades básicas da população. O Estado tem que dialogar com a sociedade. Chega de morte, de violência, de fome, de pais e mães desesperados em casa", ressalta.
Outra reivindicação é a apuração do massacre cometido por um adolescente de 16 anos em Aracruz, norte do Estado, em novembro do ano passado. A arma utilizada no crime, recorda Giovani, era de um tenente da PM, pai do adolescente, portanto, uma arma do Estado. O coordenador do Fórum Igrejas e Sociedade em Ação também aponta que o crime foi fruto de ações de grupos neonazistas. "Precisa de apuração e punição. O fascismo tem que ser limado para não crescer no Estado", defende.
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