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Negociações não avançam e trabalhadores do asseio e conservação mantêm greve

Dissídio Coletivo na Justiça do Trabalho está marcado para 1º de agosto

Os trabalhadores do asseio e conservação de empresas terceirizadas que prestam serviço para o Portocel e a Suzano Papel e Celulose (Ex-Fibria e ex-Aracruz Celulose), em Aracruz, norte do Estado; ArcelorMittal Tubarão, na Serra; e Samarco Mineração, em Anchieta, no sul; decidiram manter a greve iniciada nessa segunda-feira (21).  A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta sexta-feira (25), após reunião de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT), quando as empresas não fecharam acordo.

Sérgio Cardoso/Sindilimpe

A categoria seguirá com o movimento grevista pelo menos até o dia 1º de agosto, para quando está marcado o dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. Mesmo com a repressão policial dessa quarta-feira (23), na portaria da Arcelor a mobilização continua nas portarias das indústrias, com a participação da categoria desde as primeiras horas da manhã.

“A greve acontece porque os patrões não avançaram nas negociações, mesmo após três rodadas de reuniões com o Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Espírito Santo [Seaces] e tentativas de mediação do Ministério Público do Trabalho. São empresas que têm plenas condições de melhorar os contratos com as terceirizadas”, diz Evani dos Santos, presidente do Sindilimpe, sindicato que representa a categoria.

Ela explica que os trabalhadores querem igualar os benefícios, pois há disparidade entre as empresas. Depois da pandemia da Covid-19, relata, os trabalhadores da Vale fizeram várias manifestações, o que ocasionou na conquista de alguns direitos, como aumento do vale-alimentação para R$ 1,2 mil, desconto de R$ 5,00 no vale-transporte, PLR de um salário mínimo (R$ 1.518,00) no dia do aniversário, e cesta natalina.

Algumas dessas conquistas já foram alcançadas em outras empresas, como na Suzano, onde os trabalhadores recebem a cesta natalina, e na ArcelorMittal, onde é paga a PLR. Contudo, tanto os trabalhadores dessas empresas quanto os da Samarco e Portocel querem igualar os benefícios em relação aos da Vale.

Repressão policial

Nessa quarta-feira (23), trabalhadores, incluindo diretores do Sindilimpe, foram vítimas de uma ação violenta da Polícia Militar (PM) durante um protesto na portaria da ArcelorMittal. Pelo menos quatro trabalhadores, entre eles um diretor sindical, ficaram feridos, alguns por balas de borracha, e tiveram que ser encaminhados para atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Hospital Dório Silva, em Laranjeiras, na Serra. Inclusive, uma diretora do sindicato foi arrastada no asfalto por PMs.

Redes Sociais/Reprodução

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) protocolou, nesta sexta-feira  (25), um ofício endereçado ao governador Renato Casagrande (PSB), solicitando “providências no sentido de que se apure e puna os responsáveis pela ação agressiva e truculenta, com uso de bala de borracha, spray de pimenta, bomba de gás lacrimogênio e uso de força excessiva contra trabalhadores da limpeza urbana e do asseio e conservação, que se manifestavam em frente à ArcellorMittal, em Carapina, no dia 23/7, liderados e representados pelo Sindilimpe-ES”. A CUT pediu, ainda, uma audiência com Casagrande para tratar do assunto.

Quando a repressão policial aconteceu, o sindicato também se pronunciou por meio de nota de repúdio, destacando a violência contra os trabalhadores e a necessidade de apuração, assim como a violação do artigo 5º da Constituição Federal, que garante a livre manifestação do pensamento, lembrando que a greve é um instrumento legítimo de reivindicação, e a repressão violenta é inaceitável.

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