País tem mais de 2 mil pessoas incluídas em programas de proteção
A oitava edição da revista Congresso em Foco traz uma reportagem sobre o retrato das pessoas que estão sob proteção, seja por denunciar violações de direitos humanos, por terem testemunhados crimes, ou por terem sido vítimas deles. Em todo o País, mais de dois mil brasileiros estão marcados para morrer, sendo que, no Estado 117 têm proteção especial.
Segundo o levantamento feito pela publicação, o Espírito Santo tem 59 pessoas incluídas no Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos; 57 no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas; e um juiz sob proteção.
O número de pessoas no programa de defensores públicos só é menor que o do Pará, que tem 67 pessoas no mesmo programa. O destaque da reportagem é o padre Savério Paolillo, conhecido como Padre Xavier, expoente no Estado em defesa de direitos humanos e, por muitos anos, contumaz denunciante de violações ocorridas no sistema carcerário e socioeducativo do Estado.
O religioso destacou à reportagem que nos 13 anos em que viveu no Estado especializou-se em denunciar violações dos direitos humanos nos presídios e nas unidades de internação de adolescentes. Em 2010, esteve na linha de frente da equipe que denunciou o governo estadual à Organização das Nações Unidas (ONU) pelas chamadas “masmorras capixabas”. Entre outras coisas, o relatório reunia fotos de corpos esquartejados e amontoados em sacos e baldes de lixo.
Ele contou que os presos eram executados dentro da penitenciária e que os ossos eram retirados da carne e jogados no lixo. “Tiramos foto de 18 esquartejados, mas não descobrimos quantos passaram por isso”, disse o padre.
As ameaças ao religioso começaram em 2003 quando mediou uma rebelião de adolescentes infratores durante a visita de uma relatora da ONU ao Brasil. “No dia seguinte, passei a receber ligações no celular dizendo que encheriam minha cara de balas, que meu Fiat Uno ficaria vermelho de sangue”, lembrou. Após o episódio, ficou um ano sob escolta policial.
Padre Xavier entrou para o programa em 2007 e saiu em 2012, quando foi embora do Estado. O religioso foi para a Itália, seu país de origem, fazer cursos. “Aqui só respirava violações e denúncias. É um campo de batalha. Você não é mais você, é um militante dos direitos humanos. As pessoas cobram da gente respostas o tempo todo”, disse ele à reportagem.
Ele retornou ao País e atualmente vive em Salvador. Padre Xavier pretende seguir para o Maranhão em 2014.
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