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Pastoral aponta repressão contra pessoas em situação de rua em Cariacica

Ação da prefeitura removeu cabanas próximas ao Terminal de Campo Grande

A Prefeitura de Cariacica removeu cabanas ocupadas por pessoas em situação de rua próximas ao Terminal de Campo Grande. A ação é reprovada pela Pastoral do Povo de Rua, da Arquidiocese de Vitória, que aponta repressão da gestão municipal, em vez de buscar uma resolução para o problema.

PMC

Segundo a gestão do prefeito Euclério Sampaio (MDB), a ação foi realizada pela Secretaria de Governo, com participação das pastas de Desenvolvimento da Cidade e Meio Ambiente, Serviços, Assistência Social e Defesa Social, por meio da Guarda Municipal, além da Polícia Militar (PM). A gestão municipal chamou a iniciativa de  “desocupação e limpeza de uma área pública”, na qual, além das barracas de pessoas em situação de rua, havia “bancas de jornais abandonadas e estruturas improvisadas para uso de ambulantes de forma irregular”.

“Não houve apresentação de uma solução. Isso que foi feito é uma forma de repressão”, reitera o agente de pastoral, Marco Romanha. Ele afirma que “essas pessoas vão refazer suas malocas nesse mesmo lugar ou em outros. O que precisava ser feito é uma abordagem para ver a situação documental dessas pessoas, restauração de vínculo familiar e questões de moradia e saúde”, enfatiza.

Siqueli Pimentel da Silva, coordenadora da Pastoral na área Cariacica/Viana e na Arquidiocese de Vitória, lamenta o ocorrido e também o fato de a Pastoral, desde dezembro de 2024, tentar diálogo com a prefeitura, sem sucesso. Ela relata que o propósito é apresentar demandas sobre essa população e conhecer melhor as políticas já desenvolvidas no município, contudo, a gestão “sempre inventa uma desculpa para não nos receber”.

Um dos assuntos que, segundo Siqueli, a Pastoral quer tratar, é em relação idosos que estão em situação de rua e às pessoas que se encontram com problemas psiquiátricos. Ela exemplifica com o caso de um homem com esse problema que, embora a Pastoral doe marmita, continua a comer lixo. Siqueli afirma que ele não é hostil à presença dos agentes e até interage, mas não permite que servidores do Consultório de Rua se aproximem. Um dos desejos da Pastoral é tentar intermediar essa aproximação para garantir a essa pessoa o acesso a essa política.

Siqueli aponta que as principais políticas com foco na população em situação de rua em Cariacica são o Centro Pop, abrigo e Consultório de Rua. Contudo, embora a prefeitura tenha divulgado que técnicos da Secretaria de Assistência Social que acompanharam a ação dessa terça-feira ofereceram abrigos para que as pessoas em situação de rua pudessem ficar, Siqueli aponta que nem no abrigo nem no Centro Pop, que contam com 40 vagas cada, há disponibilidade para mais usuários.

O Consultório de Rua, afirma, não conta com uma equipe completa de profissionais da saúde, carecendo de médicos. Além disso, destaca, há casos de pessoas que precisam de serviços que são oferecidos em equipamentos como o Pronto Atendimento (PA), mas o Consultório de Rua não faz esse encaminhamento.

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